6.10.07

A catarse da governação virtual

Depois de ler, com interesse, as 'Impressões Digitais' de Nuno Norberto de Andrade no suplemento Digital do Público de hoje e do último sábado sobre 'A República do Metaverse', 'linkei' as ideias do autor com as palavras de Luis Besa sobre avatares.
A associação de ideias pode até nem parecer fazer qualquer sentido, mas, vista à lupa, perece-me interessante.
Sendo a experiência da representação individual no mundo virtual um exercício de auto-conhecimento, exige do indivíduo 'real' um esforço suplementar que marca as suas existências (real e virtual). A catarse que esse processo desencadeia, é fonte de crescimento e de maturidade de pensamento.
Da mesma forma, o movimento 'republicano' referido por Nuno Norberto de Andrade parece sugerir uma mudança de escala na reflexão: no lugar do indivíduo coloca-se a instituição (política, jurídica e governativa) que se auto-representa e se reinventa com a legitimidade conferida pelo poder real da Linden Lab!
Exercício utópico ou hedonista? É possível...
O que não é certamente utópico, é pensar que todas as "experiências sociais, económicas e tecnológicas que super-abundam no Second Life" nascem sempre de metarepresentações, que é, afinal, aquilo que distingue Second Life de outros ambientes sociais e colaborativos sem figuração 3D.
O processo não sugere mimetização da realidade, antes renovação e reinvenção do exercício colectivo do poder... E isso agrada-me!

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