30.9.07

A miopia de um Gato Fedorento

José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho, "gastou" o espaço da sua coluna "Ao Domingo", na página 3 do P2 do Público de hoje, a falar da "Segunda Vida Malvada"!
José Diogo Quintela, descendente dos Barões de Quintela, ex-estudante de Comunicação Social, blogger, humorista, argumentista e colunista, popular pela sua participação na derivante televisiva do blogue gatofedorento.blogspot.com, resolveu reforçar publicamente a sua miopia e conservadorismo dissertando sobre Second Life!
Uma vez que o popular José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho perdeu uma semana a escrever o artigo, eu (que não sendo popular tenho tempo de sobra para escrever todos os dias), sinto-me na obrigação de comentar e de dar a conhecer aos leitores deste blogue (aos poucos que não leram o Público) a importante diatribe de José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho.

Acomodem-se pois nas vossas cadeiras, sofás ou camas, e pasmem com cinco dos vários pensamentos sábios retirados do referido artigo:

1. "O Second Life conseguiu tirar o fascínio da vida dupla."
2. "Partindo do princípio (não disputado) que qualquer coisa que seja feita em computador torna o tipo que a faz , por definição, um totó, o Second Life é, na prática, onde os totós brincam a imaginar que têm uma vida melhor do que aquela que na realidade têm."
3. "... qualquer totó cá fora é o maior lá dentro (em Second Life) porque é tudo falso. E "falso" é a expressão a reter. Juntamente com "tolice"."
4. "Posso não me ter informado o suficiente. É que o Second Life é mesmo chato."
5. "É possível que algum avatar de crítico venha dizer que eu estou a falar sem saber, uma vez que nem nunca sequer entrei no Second Life. É verdade. Mas, por exemplo, não preciso de experimentar carne humana para zombar do canibalismo."

Caro José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho:

- Percebo perfeitamente que ridicularizar Second Life é muito cool, e, nessa perspectiva, até entendo o esforço que José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho fez em perder tanto tempo a escrever sobre tamanho embuste.
- A 'vida dupla' a que se refere nem é apenas 'dupla', mas cada vez mais múltipla. E continua fascinante, também pela sua extensão num espaço intangível. Permite que o indivíduo reflicta sobre a sua existência, permite até que grupos sociais e políticos equacionem a sua forma de pensar a vida em comum.
- Os 'totós' a que José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho se refere, são apenas... dezenas de milhar de portugueses que dedicam algum do seu tempo a trabalhar, a investigar, a educar e a... divertir-se em Second Life! Felizmente, muitos deles não precisam de esquecer a desgraça da sua vida real no ciberespaço. A generalização do smelly cat peca pela miopia e pelo conservadorismo a que nos habituou.
- Enquanto comunicador, José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho poderia estar mais atento a Second Life! Este ambiente social e colaborativo online é hoje uma plataforma de excelência... para comunicar!

José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho (bolas, é muito 'aka' para um homem só) deveria continuar a manter-se afastado de Second Life.
Humildemente (faz sentido a palavra?) seria mais produtivo se tentasse conhecer alguns dos tais 'totós' e perceber porque andam nessa 'segunda vida malvada'. Ou passar umas férias (entre as as suas múltiplas filmagens) numa ilha de canibais... just in case, smelly cat!
É que são muitos 'totós' em frente ao computador, todos 'tolos' e 'falsos'! Em número suficiente para encher o Alvalade XXI (bancadas e relva incluídas).

Cordão de Avatares em Second Life

Nos primeiros minutos de 30 de Setembro (TMG) participei num enorme cordão de avatares em Second Life, como forma de protesto contra a prisão de centenas de monges budistas, por parte das tropas governamentais, que se manifestavam em Myanmar contra o regime militar.
Certos de que enfrentariam as torturas e a execução às mãos do regime, os monges e os manifestantes por eles liderados, expuseram-se num acto desesperado contra a brutalidade do governo.
Em Second Life, e em inúmeras ilhas, o protesto espalhou-se durante o dia 29 de Setembro, sob a forma de enormes cordões de avatares solidários com os monges budistas de Myanmar!

29.9.07

Super Dragões


A ilha Portucalis recebeu hoje a visita dos Dragões da Ilha de Wyrm!

Uma excelente oportunidade para ver os avatares residentes em Wyrm segundo as histórias de Daryth Kennedy, e que em Portucalis foram alimentados com bolachinhas de chocolate!

Algumas informações sobre o "mundo" paralelo dos Dragões em Second Life:

"A Ilha de Wyrm é lar dos dragões, dos amigos e admiradores de dragões. Criada por Daryth Kennedy a Ilha de Wyrm é um lugar místico e maravilhoso, um deleite para a imaginação.
A ilha é actualmente composta por dez simuladores: Cathedral, Limbo, Lethe, Lyre, Tir na Lir, Tir Infernis, Tir Niva e Tir na Nog, Hedgeotopia e Hatchie Heaven..
(...) Os mais célebres residentes destas terras são, como é obvio, os dragões, criação artística de Daryth Kennedy. Os avatares estão disponíves em três tamanhos: os dragões bebé (hatchlings e wyvern hatchlings), conhecidos pelo nome de Hatchies, os dragões juvenis (wyrmlings e wyverlings) e dragões adultos (wyrms e wyverns). Podendo ser comprados na Catedral (Cathedral) do simulador (a norte de Limbo) os avatares de dragão estão disponíveis nas seguintes espécies:
Anubis
Visto pela primeira vez: Agosto 2006
Cor nativa: Corpo negro, asas de penas negras e garras douradas.
Sopro: Um jacto de areia e escravelhos negros
Aura: A mesma que o sopro
Aquatic
Visto pela primeira vez: Abril 2005
Cor nativa: Escamas aquáticas com asas e espinhas brancas e garras de ouro
Sopro: Um jacto de agua e bolhas
Aura: Chuva
Astral
Visto pela primeira vez: Fevereiro 2006
Cor nativa: Escamas ametista, com chifres dourados e asas e espinhas cor de nuvem
Sopro: Planetas e estrelas num jacto de céu nocturno
Aura: Estrelas
Bast
Visto pela primeira vez: Agosto 2006
Cor nativa: Corpo negro, asas de penas azul/branco e garras douradas
Sopro: Um jacto de areia e escravelhos negros
Aura: A mesma que o sopro
Dracolith
Visto pela primeira vez: Outubro 2006
Cor nativa: Ossos
Sopro: Um jacto de pura morte e decadência
Aura: A mesma que o sopro.
Fada (Fae)
Visto pela primeira vez: Maio 2006
Cor nativa: Purpura
Sopro: Um jacto colorido de flores e folhas
Aura: Estrelas coloridas, como pétalas de flor
Fogo (Fire)
Visto pela primeira vez: Verão 2005
Cor Nativa: Escamas e espinhas de fogo com asas vermelhas e garras douradas
Sopro: Um rubro jacto de chamas
Hidra (Hydrae)
Visto pela primeira vez: Outono 2005
Cor nativa: Escamas e asas vermelhas com espinhas negras e garras de bronze
Sopro: Um rubro jacto de chamas de cada uma das cabeças
Aura: Uma rubra bola de fogo.
Gelo (Ice)
Visto pela primeira vez: Verão 2006
Cor nativa: Escamas e espinhas Mercurio, com chifres e garras prateadas
Sopro: Um jacto de gelo com flocos de neve.
Real (Royal)
Visto pela primeira vez: Primavera 2005
Cor nativa: Escamas reais com asas e espinhas douradas
Sopro: Um eletrificante raio de luz
Aura: Uma chuva de ouro
Sombra (Shadow)
Visto pela primeira vez: Dezembro 2005
Cor nativa: Escamas negras com asas e espinhas vermelhas e chifres e garras
‘Antigo’Sopro: Um jacto de sangue e escuridão
Aura: A mesma que o sopro
Espirito (Spirit)
Visto pela primeira vez: Abril 2006
Cor nativa: Escamas brancas, completamente brilhantes e parcialmente transparentes
Sopro: Um jacto de luz e estrelas
Aura: A mesma que o sopro
Vapor (Steam)
Visto pela primeira vez: ?
Cor nativa: Escamas vermelhas, garras douradas, aço e cromo com acentos de maquinaria dourada
Sopro: Um fervente jacto de vapor
Aura: A mesma que o sopro
Tempestade (Storm)
Visto pela primeira vez: Fevereiro 2006
Cor nativa: Escamas e asas de prata com chifres e garras douradas
Sopro: Sopra raios de luz da sua boca
Aura: Trovão de tempestade
Wyvern Ártico
Visto pela primeira vez: Março 2007
Cor nativa: Escamas azul gelo, com uma protectora crista de um prateado cristalino e garras azul do céu
Sopro: nenhum
Aura: disparos venenosos da ponta da cauda
Wyvern do Deserto
Visto pela primeira vez: Março 2007
Cor nativa: Escamas castanhas com uma protectora crista cor de areia e garras cor de branco de ossos
Sopro: nenhum
Aura: uma bola de fogo gigante
(...)
(Para mais esclarecimentos envie um IM a Kyrion Yalin que responderá de forma a elucidar todas as suas dúvidas)
(...)
Todos os avatares são copiáveis + alteráveis, permitindo a cada utilizador criar o seu próprio e único dragão, usando o avatar comprado como modelo. Os preços actuais são: L$ 3500 um dragão adulto (wyrm), L$2200 um dragão juvenil (wyrmling), L$ 650 um dragão bebé (hatchling).
Venha visitar-nos. Todos são benvindos! Venha preparado, entretanto… voçê pode desejar nunca mais partir :=)"

Esta é descrição de um "mundo" de magia, fantástico, bem distante das polémicas de IVA's, Governos, Justiças e outros assuntos "sérios" que se alastram no metaverse!
Se não teve oportunidade de ver os dragões em Portucalis, visite a ilha de Wyrm... e permita-se sonhar!

28.9.07

A Segunda Vida ou a Vida à Segunda


(quaisquer semelhanças com outras estórias não são coincidência)

Eliana Vella, Carolina Vella e Isabelita Vella, ou Las Diosas, como eram conhecidas, chegaram à praia num pôr-do-sol de postal. O DJ parava a música techno quando entravam, e usava o micro para gritar alto: “Las Diosas”! Os notívagos viravam-se maquinalmente, e apreciavam as três beldades que espalhavam pelo areal a sua volúpia.
Las Diosas vinham sempre no mesmo dia da semana, à segunda, religiosamente provocantes.
Havia já quem ali fosse apenas para assistir à sua chegada. A areia azul escarlate da praia imensa, reflectia todos os brilhos dos adereços das deusas, inundadas de brincos, anéis, incrustações em vestidos mínimos justos aos corpos esculpidos a cinzel.
O ritual era sem igual, semana após semana: a chegada triunfal, a conquista da posição mais central da pista de dança improvisada, e a sedução.
Nunca ninguém as vira comunicar com estranhos. Só falavam entre elas. A sua arte era a sedução inconsequente, com um menear de corpos quentes e provocadores.
Todos sabiam ao que vinham, ninguém ousava aproximações. Era o deleite pela manifestação estética, sem palavras…
Essa noite foi igual a todas as outras, curta e eloquente.

Nessa segunda-feira, numa sala abafada de um bairro popular de Buenos Aires, o ritual repetia-se. Fran e Omar, quarentões encorpados e barrigudos de cerveja, olhavam um para o outro com um sorriso triste. Recém-chegados de uma praia imensa, barba de três dias, fumavam esquecidamente um puro de cheiro intenso misturado com o suor que lhes escorria da testa.
Fran preparava rigorosamente o mate tal como a mãe lhe ensinara há 35 anos. Omar dispunha as três cadeiras meticulosamente distribuídas pela mesa redonda. 120 graus entre cada uma, medidos ao eixo. Na sebosa mesa de madeira pousava três individuais iguais, cinzentos e desgastados.
Sentaram os seus noventas e tais quilos leve e suavemente em duas das três cadeiras puídas, colocaram o mate no centro da mesa durante segundos. Com os braços gordos e peludos abandonados sobre a mesa, olhavam para o infinito centrado na bebida.
Era mais uma segunda-feira, 3 horas da manhã, a hora exacta em que tinham sabido, havia já seis meses, na sala da Urgência do Hospital Federal, que Nino tinha sucumbido à merda do cancro que lhe consumira o pâncreas.
Deslocaram o mate para o lugar vazio, e aguardaram os dois minutos previstos. O mate passou para Omar, de Omar para Fran, dois minutos exactos na boca de cada um.
Las Diosas, Omar, Fran e Nino, continuavam a arrasar nas noites da praia de areia escarlate. Nino partira da mesa de mate, mas Las Diosas nunca mais se separaram! Fran deslocou delicadamente o mate para o lugar vazio e soltou tremido: “’pa vos, che!”

27.9.07

Al Andalus

Mais coisas sobre o Islamismo em Second Life! À boleia dos noticiados ataques à tenda da IslamOnline, novos projectos de interculturalidade vão nascer como cogumelos... podem escrever! Al Andalus dá o mote...

Lê-se no resumo deste clip: "O novo projecto orientado por Michel Manen pretende combinar as leis ancestrais do Islão com os novos valores progressitas. O espaço Al Andalus ainda não abriu ao público, oficialmente, mas muitos residentes já revelaram o seu interesse pelas formas de governo propostas. Devem as mulheres usar as suas burkas em Second Life? O Islão está a chegar a Second Life e pode constituir o início de um novo diálogo construtivo."

A ideia parece inscrever-se na tentativa de criar, em Second Life, novas formas de governação onde possam co-existir valores culturais diversos, fomentando a tolerância e o respeito mútuo.

26.9.07

Poupem uns Linden's para combater o Cancro em Second Life

A Macmillan - Cancer Support organiza, no próximo dia 28 de Setembro, The World's Biggest Coffee Morning, também em Second Life.
No metaverse terá lugar um leilão de items oferecidos por residentes em Second Life, de forma a converter em fundos 'reais' as verbas obtidas em Linden Dollars em favor da organização que apoia os que padecem da doença.
Serão ainda distribuídas, por vários espaços, canecas de café gigantes para recolha de donativos.
Estará também disponível uma zona comercial onde os residentes podem adquirir produtos de merchandising da Macmillan.
Mal termine a Coffee Morning, a Macmillan abrirá um Centro de Informação sobre o Cancro em Second Life, onde os doentes afectados pela doença podem procurar informação e obter ajuda emocional.
Fica a sugestão: poupem uns Linden's para no dia 28 ajudarem na Luta Contra o Cancro em Second Life!

25.9.07

Ver passar os aviões em Second Life!

Ainda me lembro bem de ser um garoto, e de passar tardes domingueiras na excitação de ver passar os aviões junto ao Aeroporto de Pedras Rubras com os meus saudosos avós paternos. Os vidros embaciavam ao fim de uns minutos, mas os desenhos que o indicador traçava nas gotículas de respiração em estado sólido, permitiam-me ver, aterrado, as entranhas dos enormes passarões a aproximarem-se da pista. O meu avô dormitava e a minha avó costurava, alheios ao movimento no ar, e ao movimento em terra, o das enormes filas que na altura se acumulavam por aquelas bandas. Era dos meus programas preferidos, se bem me lembro...

Estas recordações cruzaram-se com um post de Wagner James, a propósito de um sistema de visualização de navegação aérea desenvolvido para Second Life pela empresa Daden Limited.
Este sistema utiliza dados provenientes de Google Earth, acompanhando o tráfego no aeroporto de Los Angeles, e importa-os para Second Life, onde existe uma sala com um mapa da zona do gigantesco aeroporto. Aí, é possível ver os aviões que, num dado momento, sobrevoam a cidade de L.A., com a sua rota desenhada no espaço 3D onde nos encontramos em SL.
O sistema pode ser experimentado in-world neste local.

Passando ao lado da discussão sobre a utilidade do sistema, fiquei-me pela contemplação das máquinas voadoras, como quando era garoto. Como cresci muito, nestes últimos anos, os aviões de L.A. são pequeninos e voam ao lado do corpo do meu avatar. Agora sem vidro a turvar a visão, mudei de escala, e os passarões de então e as suas entranhas que me faziam mais pequenino, são agora borboletas com as quais, delicadamente, posso brincar!
Pode até ser que experiência elimine o meu teimoso medo de voar...

24.9.07

Haverá avatares tolerantes?

No dia 14 de Setembro, a IslamOnline noticiou a abertura da primeira tenda do Ramadão em Second Life, marcando o início deste período sagrado. A tenda servirá como um centro de informação sobre o Ramadão e destina-se a audiências islâmicas e não-islâmicas.
Por aquele espaço passarão professores, artistas e cantores, de forma a que quem a visite "possa encontrar sempre eventos diferentes", como afirmou Breathe Swindlehurst, correspondente da IOL (IslamOnline) em Second Life. Serão convidadas bandas de todo o Mundo, numa tenda com abertura marcada para as 12:00 GMT de 13 de Setembro.
A localização escolhida para a tenda foi junto à Mesquita de Chebi, a mesquita mais popular em Second Life. A ideia surgiu de um projecto conjunto entre a IOL e o Grupo Islâmico que gere a mesquita. A tenda foi concebida por Toti Lowey, uma rapariga de 23 anos do Bahrein: "Estou muito contente por ter ajudado a contruir a tenda do Ramadão (...) para ajudar a explicar o Islão e o Ramadão dentro do mundo de Second Life", disse Toti.
Drown Pharaoh do Reino Unido, Khawla Masala do Bahrein e Laracroft Bade do Qatar ajudaram a preparar a estrutura.
A tenda do Ramadão é o primeiro passo das iniciativas da IOL em Second Life.
Nos próximos meses, a IOL planeia comprar a sua própria ilha no metaverse, onde pretende colocar todos os conteúdos do seu portal ao serviço dos residentes de SL, o que tornará a IOL como a primeira organização de media islâmico a abrir escritório em Second Life.

No dia 16 de Setembro, Mohammed Yahia, da IOL (IslamOnline), noticiou dois ataques de destruição e vandalismo à tenda do Ramadão em Second Life. "Os ataques foram vistos como mais um exemplo de 'Islamofobia'", afirmou Mohammed.
O primeiro ataque teve lugar a 15 de Setembro, às 14:00 GMT. O segundo, 3 horas mais tarde.
"No primeiro ataque, dois avatares masculinos apresentaram-se completamente nus na tenda, invocando que se encontravam ali para "controlar a tenda e retirar todos os Islamistas daquele local". Prosseguiram com assédio sexual aos avatares femininos de mulheres árabes presentes na tenda, ataques verbais e piadas acerca dos Islão e dos Árabes.
Os ataques foram interrompidos por uma jovem do Qatar, cujo avatar é conhecido por Laracroft Bade, que fez frente aos atacantes. Recorrendo a armas virtuais, conseguiu banir os atacantes da tenda.O segundo ataque terá sido conduzido por um avatar feminino sem roupa, e também terá sido inconsequente.
A identidade dos atacantes não foi revelada. Drowned Pharaoh, um dos avatares que trabalha na tenda, afirmou que "se tratou de mais um exemplo de Islamofobia em Second Life". Explicou ainda Drowned que muitas pessoas são atacadas em Second Life por pertencerem a religiões, não apenas à Islâmica.

A reprodução dos ambientes da RL em SL não é um dado novo.
A reprodução dos problemas sociais e religiosos da RL em SL é um dado novo.
O caso referido, e relacionado com a religião islâmica, vem revelar a replicação no metaverse dos mais actuais problemas sociais da realidade. Estranhos, estes fenómenos. Sendo um avatar a representação virtual de um cidadão real, quais as garantias de que, por trás do "personagem", existe uma pessoa equivalente?
Dificilmente me revejo no papel de ofender crenças, opiniões ou raças em Second Life, apenas e tão só porque ficaria sempre com a dúvida se o alvo dos meus ataques seriam, de facto, aquilo que os seus avatares representam.
Um exemplo: se pretendesse liderar um movimento contra os consumidores de bananas em Second Life, começaria por criar um grupo de avatares consumidores de bananas; em seguida, bastava-me criar um outro grupo antagónico que, convictamente, combateria os consumidores de bananas. Parece simples... e é!
E a tolerância? Pode ser simulada? Serão os avatares mais intolerantes, de facto, pessoas intolerantes? Como poderemos induzir credibilidade à tolerância ou à intolerância?
Dessa incapacidade resulta a possibilidade de simulação das mais impensáveis controvérsias.
Haverá avatares tolerantes? Queremos acreditar que sim... mas por aí nos ficamos!

23.9.07

Mundos Virtuais na Sala de Estar?

A propósito do marketing da Sony sobre Home, o "mundo virtual" que propõe para PS3, veio-me à memória o debate de há cerca de 5 anos sobre a Televisão Interactiva!
Nesses tempos, a iTV era acérrimamente defendida como uma proposta de convergência de tecnologias (televisão, telecomunicações, informática). A mesma convergência defendida pela indústria informática que se sentia ameaçada, a mesma convergência resgatada pelas empresas de telecomunicações que se sentiam ameaçadas. O projecto iTV, enquanto plataforma de convergência, nunca chegou a vingar, perdendo terreno e mais terreno justamente para a informática e para as telecomunicações.
O que parece mais interessante agora "repescar" do aceso debate de 2002, são as mais-valias apresentadas pelos defensores da iTV: ser possível utilizar a TV, um objecto do grupo familiar, para comunicar com telefones móveis ou para navegar na Net. O marketing da iTV falhou! E uma das principais razões desse falhanço terá sido precisamente a incompreensão de que a navegação na Net, por exemplo, era (e continua a ser) um exercício individual, exercido pelo utilizador numa posição concentrada de trabalho e a pouca distância do monitor de um PC.
Pelas mesmas razões, telecomunicações e informática conseguiram fazer vingar a referida convergência, ao propôr como base objectos pessoais (telemóveis e PC's). A atitude relaxada da sala de estar, onde a família se reúne e conversa de telecomando na mão ameçando zapping, não sugeriam, há cerca de cinco anos, que esse fosse o cenário privilegiado para a "navegação" intimista.

Contextualizada a problemática, assistimos hoje à proposta da Sony com Home utilizando os mesmos argumentos: um mundo virtual partilhado pela família (!), onde impera a mesma atitude relaxada em frente a uma consola ligada à TV. Famílias mais ou menos numerosas, sentadas em sofás a uma distância razoável do écrã, com as interrupções e ruídos inerentes a este tipo de ambiente de sala de estar!
O argumento que pretende constituir vantagem, é o de que, por exemplo em Second Life, a actividade no mundo virtual é solitária. Eu chamar-lhe-ia intimista, pessoal e intransmissível. A "família" invocada pela Sony está no écrã, em Second Life, o que permite uma imersão concentrada e a comunicação com outros personagens com os quais se descobrem afinidades.
Em Second Life estamos "na mesma sala" virtual. Por vezes a sala está cheia, outras vazia...
Não tenho nada contra o ambiente familiar lá de casa, mas, sinceramente, não me imagino num mundo virtual na sala de estar!

Mais um gadget... com muita ACÇÃO!

À medida que a utilização de Second Life se torna mais madura e estável, vão surgindo cada vez mais projectos inovadores e que exploram o ambiente e as suas particularidades.
Desta vez falo de MachinimaCam, um objecto que facilmente se pode tornar um gadget, e que pretende simplificar, enriquecer e optimizar a captura de videos in-world.
Permite a colocação de um HUD no monitor, que simplifica o controlo da câmara e simula efeitos como terramotos, movimentos em espiral, zoom in e zoom out, etc...
Desenvolvido por CodeBastard Redgrave, pode ser adquirido por 5.000 Linden Dólares em SL Exchange, por exemplo.
O sonho de um camera man da RL! Fica o clip de apresentação:

22.9.07

"O avatar é o 'mouse' de amanhã..."

Luis Besa foi entrevistado por Lourdes López, jornalista do La Vanguardia, a propósito do lançamento para breve do seu livro "Metaversos", um original thriller financeiro protagonizado por avatares, e onde, através de um "macrojogo", se emulam os ambientes comerciais do século XIV. O livro será lançado em Segovia, onde Luis Besa trabalha como jornalista e novelista, no próximo dia 24, e ao mesmo tempo em Second Life. No livro, Besa desenvolve um SL imaginário transformado numa economia que reflecte a real, mas a uns trinta anos de distância.
Aqui fica a transcrição da conversa (com tradução livre), pela originalidade e importância de alguns temas abordados por Luis Besa.

"- O que é o metaverso?
- Actualmente chama-se metaverso a ambientes virtuais do tipo de Second Life que emulam informaticamente a interactividade do mundo real. É um conceito que já existia, por exemplo, na novela 'Snowcrash' (1992). Gosto do conceito. Vem do universo e do prefixo "meta", que em lógica e filosofia tem uma aplicação sistemática. Por exemplo, um "metatexto" é o texto que fala do texto. Por outro lado, 'Metaversos' tem umas ressonâncias literárias. É um bom título. Universos dentro do universo.

- Por curiosidade, ... era um desses miúdos viciados em videojogos?
- Bem, nasci em 65, logo sou da geração do PackMan e de videojogos muito rústicos nos quais disparávamos sobre marcianos que desciam em filas... Aquilo foi uma revolução, e as crianças da época deixavam a semanada nas máquinas Sega dos salões recreativos. Eu era especialmente mau jogador. Posteriormente, gostei muito de alguns jogos de estratégia (o mítico Civilization II ou The Sims), e continuava a ser muito mau jogador. O que uso mais é mesmo a Internet, e por razões profissionais. Não sou um freak, nem um ciberdependente nem um otaku. Simplesmente a minha geração teve na Internet o seu trampolim profissional. Onde estiver o futebol, que se retire o que não tiver a ver com ele...

-E porquê uma novela de ficção científica baseada em Second Life?
-Por causa dos avatares. Permitia-me dar credibilidade à hipótese de uma emulação do século XIV como "jogo comercial" convertido numa verdadeira economia em meados do presente século. Isso, por sua vez, facilitava alternar a acção da novela em dois planos temporais, o século XXI e o século XIV, que era o objectivo literário da novela: resolver no século XIV uma intriga que se congemina no século XXI. 'Metaversos' é como uma máquina do tempo, mas 100% real.

- Não é Second Life, como muitos defendem, uma aventura internauta passageira?
- Pode ser. Eu creio que o interface do futuro passa pelo avatar. O avatar é a nossa extensão personalizada no programa, permite uma relação com a máquina muito mais complexa, e, por sua vez, mais intuitiva. O avatar é o "mouse" de amanhã. E Second Life é hoje o maior forum de avatares conhecido. É o sítio onde se lançam os protótipos. E isso, para mim, é o mais importante, com independência face à bolha mediática que se possa ter formado.

- Acredita realmente que SL pode evoluir até ser uma economia que reflecte a da vida real como sugere na sua novela?
- Bem, eu só escrevo novelas. E escrever novelas é mentir de maneira verosímil. Não creio que SL evolua tal como digo na novela.

- Então?
-Creio que evoluirá até generalizações do avatar como ferramenta de comunicação com a máquina, até uma Internet II com gráficos 3D melhores e mais potentes. Outra coisa é emular um tráfego comercial virtual e convertê-lo num sector económico paralelo. Isso sim, é teórica, económica e tecnologicamente possível. Como tal,... porque não?

- Mas nesse universo económico virtual que descreve na sua novela não há apenas grandes empresários, mas também classes sociais desfavorecidas
- Há classes sociais, também mendigos e ladrões e gente da má vida (na verdade, a minha novela está cheia de mendigos e ladrões virtuais). Numa emulação económica haverá empresários e haverá quem trabalhe por conta de outrém. Sem dúvida, e aí está o mais interessante, a tua pertença a uma ou outra classe social não será medida pelo património mas sim pela habilidade e engenho. De certo modo, um ambiente económico deste tipo, sem ser nenhuma panaceia, aproximar-nos-ia da utopia da meritocracia.

- Em suma que mensagem acha que podemos retirar da sua obra?
- Da minha obra espero que se retire, antes de tudo, diversão e entretenimento.

- Mas à margem da aventura que protagonizam os avatares, o que pretende revelar?
- Um Second Life a uns 30 anos de distância. Na sua a essência, afirmo que um sector económico assim se baseia num processo que segue esta pauta: mercado imobiliário virtual e de propiedades virtuais, pessoas jurídicas virtuais, livre circulação de activos virtuais, garantidos pelo sistema bancário, através das diversas plataformas e, por último, a livre implementação de software por parte do utilizador. Dizendo de outra forma, a empresa que desenvove o jogo cria o cenário, garante as regras do jogo, e cobra para se entrar nele. As ampliações do software, melhorias, complementos, etc… ficam ao livre arbítrio do utilizador (sempre respeitando algumas regras mínimas).

- Por exemplo...
- Por exemplo, a fornecedora é um mercado que aluga pontos de venda; ou a empresa é um casino que deixa que os utilizadores organizem as sus próprias partidas...

- Qual a sua opinião sobre a tecnologia?
-Não faço nenhum juízo moral sobre ela. É certo que simplifica determinadas coisas, mas introduz complexidade noutras. Pode funcionar como um isolante social e substituir o contacto directo entre os homens, mas também actua, e de que forma, como um catalizador da comunicação. Os juízos morais são sempre sobre factos, não sobre instrumentos. Finalmente tudo depende do uso que se faça do instrumento e de ter claro que a tecnologia está ao nosso serviço, e não ao contrário. Pessoalmente penso que é idiota partir uma noz com um laser dispondo de um quebra-nozes, a não ser que tenhas uma fábrica de nozes sem casca, claro."

SLART e o hiperformalismo de Bathsheba Dorn

SLART é uma revista online dedicada à Arte em Second Life.

ArtWorld Market entrevistou, em Fevereiro de 2007, Bathsheba Dorn, que utiliza as ferramentas do metaverse para construir esculturas que remetem para edições na RL executadas em bronze e em aço e que podem ser adquiridas na Net. A entrevista ao artista hiperformalista Bathsheba Dorn, sobre a razão de ser do seu trabalho em SL e a sua forma tão particular de aí se representar, é extremamente interessante.
Alguns destaques do discurso de Bathsheba Dorn:
"Sou um dos primeiros escultores cujo trabalho tem origem na sua forma digital. Este é o momento de Gutenberg para a escultura."
"(SL) é um vício. Para mim não chega a ser uma obssessão. Consigo "sair" em qualquer momento... mas geralmente não quero!"
A entrevista integral aqui.

21.9.07

Mais "dicas"...

Já referidas neste blog, as "dicas" semanais de Torley Linden (grande comunicador)referenciadas em secondlife.com, começam a tornar-se peças essenciais para evoluir na utilização de Second Life.
Aqui fica o clip #5, com conselhos bastante úteis para a visualização de objectos. Enjoy...!

20.9.07

"We have a vision..."!!!



"We have a vision: to let you build anything, and play everything, from anywhere. Eventually, anyway..."
Esta é uma transcrição do projecto Metaplace!

"Meta... quê?", perguntamos todos.
A empresa californiana Areae, Inc., responsável pelo desenvolvimento de Metaplace, afirma estar muito curiosa com as coisas fantásticas que cada um pode fazer com a plataforma Metaplace. E mais, é altura de saber o que o mundo realmente quer dos mundos virtuais!

A explicação: Metaplace será uma ferramenta open source que pretende reinventar os mundos virtuais, e torná-los mais parecidos com a Web! Os seus objectivos, dizem, são um pouco idealistas: pensam que a maior parte das coisas existentes na Net podem ser melhoradas se qualquer um de nós possuir um espaço virtual. Neste momento, por exemplo, não existem jogos suficientemente bons, dizem. Metaplace permite maior diversidade. Neste momento existe muita gente interessada em utilizar os mundos virtuais para investigação, educação, negócios, mas é muito penoso consegui-lo. Agora cada um pode criar um mundo seu em poucos minutos, formatando-o segundo as suas necessidades. Basicamente querem democratizar o processo de criação de espaços online de todos os tipos!
Para tal, pretendem que seja possível a qualquer um de nós criar um cliente para qualquer tipo de plataforma! Decidiram usar os standards da Web para criar seja o que fôr, o que permite que se tenha um jogo que é também um website, ou usar os dados da Web para povoar o nosso próprio mundo!
Oopss...! Ok, ter uma visão não me parece mal.
Ter uma visão deste tamanho, é quase ter um pesadelo!

Para além disso, imaginar uma plataforma de desenvolvimento baseado e ligado aos paradigmas da Web, parece-me ser uma expectativa redutora do futuro, e demasiado "evolucionista" para o meu gosto!
Os chamados mundos virtuais são "revolução" e não "evolução", digo eu...
O que pensará a Linden Lab de Metaplace, agora que tanto se fala na abertura do código de Second Life permitindo a criação de grids por parte dos gigantes da informática em SL?

Esperar para ver é o que nos resta, com a crença de que cada um de nós pode ter uma visão, quando menos espera... Vem sem aviso prévio, e pode transformar-se em pesadelo!

Clip de Charlie Brown Jr. em SL

Como noticiou o blog Mundo Linden, a banda brasileira Charlie Brown Jr. lançou o videoclip da música "Não viva em vão", do seu novo álbum "Ritmo, Ritual e Responsa", em Second Life, com realização feita no metaverse. A iniciativa partiu da produtora EMI, que tenta inovar e apostar em Second Life como forma de promover e realizar clips a custos bem mais reduzidos.
O clip foi gravado em duas festas, no espaço Help Brasil, e movimentou mais de 2000 pessoas em festas organizadas pela EMI. Um bom exemplo de inovação e de compreensão das capacidades de SL.

19.9.07

Royal Liverpool Philharmonic Orchestra (trailer)

Depois da apresentação inaugural em 14 de Setembro, com o patrocínio de Second Places, aqui fica o trailer da Royal Liverpool Philharmonic Orchestra em Second Life.
Uma réplica (!) do edifício da RL, nomeadamente do foyer Art Déco, com emissão em simultâneo no metaverse. A Royal Liverpool Philharmonic Orchestra foi a terceira orquestra a emitir em simultâneo em Second Life, depois da Sinfonia Leeds e da Red de Cleveland.

Webcídio?

18.9.07

Humor, Second Life, Machinima...

ATENÇÃO Produções Fictícias, Gatos Fedorentos, Mandala, Stand-Up Comedy...

A propósito do comentário de m2life no post anterior, aqui fica a nota aos produtores de humor em Portugal: já pensaram em utilizar Second Life e machinima nos vossos trabalhos? Imagino já a Contra-Informação, os Gatos e afins com personagens no metaverse ;)

O mau hálito de Britney Spears?

"Caricavatars" são criações de Christophe Hugo para o Le Post, uma secção do Le Monde, que aborda questões políticas e sociais recorrendo à caricatura também usando machinima e Second Life.
Desta vez, Hugo critica a medida "escandalosa" recentemente tomada pela Câmara de Argenteuil que consiste na utilização de um spray mal-cheiroso (malodore) para afastar os sem-abrigo da porta das grandes superfícies.
Hugo resolveu evidenciar a crueldade da decisão política com uma alternativa de humor negro igualmente cruel: usar a imagem de uma Britney Spears decadente a dançar e a cantar à porta dos armazéns Monoprix, capaz de afastar qualquer sem-abrigo!

17.9.07

Já votaram nas Top Models?

O Concurso 12Avatars está aberto! São dezenas e dezenas e dezenas de "avataras" a concurso, entre elas algumas portuguesas. Já votaram?
Eu cá já votei na Ana Lutetia, e podem fazê-lo aqui, quanto antes (stand 53 F).
Boa sorte, Ana ;)

Páginas Amarelas SL


Está com dificuldades em encontrar algum local ou negócio em Second Life?
Visite as Páginas Amarelas de SL, Second Pages, onde pode persquisar mais de 600 items agrupados por categorias: Negócios, Moda, Serviços, Comunidades, Para Iniciantes, Compras, Educação, Media, Turismo, Entretenimento, Política, Ferramentas de Criação...
Para cada item seleccionado, além de uma breve descrição, estão disponíveis uma Galeria de fotos e um Mapa para "teleporte" imediato.

16.9.07

Greve na IBM em Second Life

Como noticia o El Pais, os trabalhadores da IBM iniciam hoje uma greve virtual em Second Life por quebras salariais. Os trabalhadores protestam contra a proposta da multinacional de corte salarial de 1.000 euros/ano aos trabalhadores da empresa em Itália e contra a ruptura unilateral do acordo com os sindicatos.
O Comité Europeu da Empresa, as Federações de Trabalhadores do Metal e a IWIS (Solidariedade Internacional de Trabalhadores da IBM) decidiram convocar esta greve virtual.
Organizaram um protesto que simboliza o primeiro passo na aliança sindical global dos trablhadores através das novas tecnologias. "É uma maneira inovadora de dar uma resposta às necessidades dos trabalhadores, pensar globalmente e actuar localmente", indicou a fonte sindical.

Depois da entrada da política em Second Life através das mediáticas campanhas eleitorais em França, Estados Unidos, Lisboa,..., as organizações sindicais parecem encontrar no metaverse uma forma eficaz de serem mais ouvidas e... mais noticiadas, o que faz de Second Life um espaço privilegiado de exercício efectivo de cidadania...

No entanto, e como seria de imaginar (e para não variar) o destaque é a PRIMEIRA greve virtual em Second Life! Como serão noticiadas as segunda, terceira, quarta,..., greves em Second Life?

15.9.07

As avataras não passam despercebidas!


A maioria das "avataras" de Second Life não passam despercebidas!
Provavelmente os "avatares" também não, mas no caso dos personagens femininos o fenómeno parece ser mais marcado.
Correndo o risco de ser algo redutor, dei-me ao trabalho (com a ajuda de imagens utilizadas por Wagner James Au que no seu blog New World Notes promoveu o Uncanny Valley Expo) de tentar organizar os estereótipos de personagens femininas com que, diariamente, nos cruzamos em Second Life.
É interessante constatar o esforço dispendido na criação de personagens com uma imagem e uma "personalidade" coerentes, e que, na maioria dos casos, representarão tudo aquilo que os seus "proprietários" (elas ou... eles) gostariam de ser na realidade, mas que não podem ou não querem ser.

Uma possível lista de "tipos de mulheres" em Second Life, segundo o seu aspecto ou comportamento:
> as provocadoras: As que provocam! Recorrem aos seus atributos físicos para brilhar, normalmente numa versão Pamela Anderson... Não fazem questão de exibir grandes atributos intelectuais, nem investem desmesuradamente em acessórios. Basta-lhes o que "Deus" lhes deu...
> as top-model: A maioria! Sempre muito fashion, acompanham religiosamente os mais recentes lançamentos nas lojas de moda in-world. As mais consumistas e sobrecarregadas de adereços, make-up, efeitos especiais de preferência com blings (brilhos) e roupa último grito.
> as ladies: Umas Senhoras! Apostam na formalidade, e são habitualmente associadas a empresárias, professoras universitárias, proprietárias, milionárias, ou outras quaisquer ocupações nas quais o mais importante é impôr a sua posição social e/ou o seu sucesso profissional/intelectual.
> as colegiais: Jovens e inocentes! Tentam convencer pelo seu ar pouco experiente, mas, normalmente, sabem muito mais do que o que aparentam saber. Muitas delas enquadram-se melhor, pelo seu aspecto, na teen grid (a "parte" de Second Life reservada a menores), mas sobrevivem à custa do seu aspecto inocente em busca de novas experiências e sabedoria.
> as góticas: Têm piercings, tattoos e correntes por todo o lado! Sobressaem pelos adereços e pelo negrume das vestimentas. Provavelmente as mais directamente associadas à moda da RL, replicando a cultura gótica contemporânea. Não enganam ninguém!
> as dominadoras e as submissas: As que dominam, ou que gostavam de dominar, e as que se sujeitam às primeiras! Associadas a uma cultura de RPG's goreanos (dos mundos de Gor), tentam afirmar-se pela sua atitude de superioridade ou inferioridade, tentando deixar claro quem manda e quem obedece!
> as newbies: As novatas! São provavelmente as mais genuínas, uma vez que se percebe a milhas que não conhecem bem as potencialidades do metaverse no que diz respeito à criação de avatares. Muito raramente mantém o seu aspecto pouco elaborado e descuidado por opção, pois acabam por optar por uma das outras categorias. Muitas delas ainda não descobriram como podem ganhar dinheiro para comprar roupas e adereços, ou ainda não se cruzaram com os items gratuitos...
> furries: Animais! Criaturas habitualmente assexuadas, que se apresentam como animais. Colocá-las nesta lista é algo forçado, uma vez que, maioria das vezes, não se sabe se são femininas ou masculinas...
> as outras: Passam despercebidas! Não consegui defini-las em nenhuma destas categorias, por isso são "as outras"! Também devem ser muitas, mas não reparei nelas...

Se tentarem visitar locais diferentes em Second Life e ligados à geografia da RL, vão facilmente perceber por onde andam estas mulheres: visitem as ilhas brasileiras de maior sucesso, viajem até aos pubs ingleses, passem pelas universidades americanas,... e depois digam qualquer coisita!

Nota: Se o seu avatar é uma "avatara" e não se revê em nenhum destes estereótipos, faça-me saber a sua opinião sobre o seu "eu" no metaverse, que gostava de poder melhorar a análise. Não vale responder que são uma mulher... normal :)

Ser ou não ser como Adonis

Hoje parei para pensar nas palavras de Will Ross, do TheStreet.com, sobre as vantagens e desvantagens da criação de avatares musculados em Second Life.

Diz Ross: "Acreditem, amigos, eu entendo bem a vossa dor. Não sou um tipo muito alto, nem muito magro, nem muito musculado na RL, e a primeira coisa que fiz quando entrei em Second Life foi "construir-me" como um Adonis com 2,10 m de altura e uns músculos que fazem o Super-Homem parecer um xadrezista de 14 anos.
No entanto, isso trouxe-me vários problemas, pelo que não o aconselho.
A primeira barreira que descobri foi a inexistência em Second Life de roupa preparada para avatares de "grande formato". Quando vestia a roupa, as texturas não se adequavam na perfeição, as cores alteravam-se, os tecidos também. Nada de bom, portanto (...)
O segundo problema de ser um Golias numa terra de Davides tem a ver com as bolas (poseballs) criadas para casais. A bolas são pequenas esferas onde nos podemos "sentar" e que provocam uma animação ou pose do nosso avatar. No caso das bolas para casais, são criadas para animar dois avatares, normalmente uma azul e uma rosa. Tipicamente fazem com que os avatares se abracem, dancem, entre outras animações, e presumem que a altura do homem não difere muito da da mulher..." (no caso de casais hetero, acrescento eu) "Logo, durante uma dança, por exemplo, os meus braços ficam a abraçar o ar, ou a minha companheira a flutuar uns centímetros a cima do chão.
Feitas as contas, será muito mais feliz se criar o seu avatar mais compatível com o "mundo" em que está (Second Life), ou seja, com uma altura e uma musculatura normais."

Há uns meses, uma aluna minha perguntava numa aula em Second Life porque é que os avatares eram todos tão bonitos e tão perfeitos... Rapidamente o grupo chegou à conclusão que não era bem assim, que nos cruzamos frequentemente com baixotes, gordos, velhos, extravagantes e até animais (furries).
No entanto, a vaidosa tentação de nos revermos na pele de um personagem que esteticamente idealizamos como perfeito, pode conduzir a algumas dificuldades de adaptação a objectos e ambientes existentes no metaverse. Questões ergonómicas, sem dúvida. Talvez por isso, as mais brilhantes criações em Second Life permitem uma adequação exacta às características dos avatares, e mudam as suas variáveis em função, por exemplo, das dimensões dos ditos.

O meu conselho, para terminar: "construam" o vosso avatar de forma a que se sintam bem com a sua aparência, porque ele vai ser o vosso segundo (ou terceiro, ou quarto,...) "eu". Adonis ou não, o mais importante parece ser encontrar as roupas, os objectos e os locais que melhor se ajustem ao avatar que criaram.
E, acreditem, neste "mundo" há coisas pensadas para todo o tipo de gente!

14.9.07

Mais avatares do que humanos!

Victor Keegan, do The Guardian, deu conta de um estudo da Gartner que estima que, "dentro de quatro anos, cerca de 80% dos utilizadores da Internet possuam avatares nas suas actividades de trabalho ou lazer online! Tendo em conta que cada pessoa tem, frequentemente, mais do que um avatar, brevemente existirão mais avatares do que humanos, pelo menos no mundo industrializado! Como este facto alterará a sociedade, é algo fascinante de prever."

Tomando como referência a própria definição de avatar (muito frequentemente adulterada pela sua vulgarização), poder-se-á questionar quais as motivações para múltiplas representações de "uma entidade divina" (neste caso o "humano") em ambientes virtuais online.
A evidente fragmentação do "eu", parece tornar evidente a existência de identidades múltiplas e pluriformes, que passam a conviver entre si. Esse facto será revelador de alguma tentativa de fuga à RL? Ou será antes sinónimo da constatação de que todos nós somos vários, e que, quanto melhor "nos" conhecermos nas nossas diferentes formas, melhor conhecemos a nossa identidade real?

13.9.07

Second Life ROCKS!

"Second Life ROCKS, literally! To find a live show going on now, simply check out the 'Live Music' category in the events calendar for current listings."

Esta é a mensagem que surge actualmente quando fazemos login em Second Life!
É que para assitirmos a um espectáculo de música ao vivo, por exemplo, basta acedermos ao motor de busca (um mini google do metaverse) e escolhermos o tipo de eventos que procuramos, neste caso 'Live Music', que logo surgem dezenas de eventos no dia escolhido para onde nos podemos teleportar!
De repente pareceu-me que já tinha visto isto em algum lado... hummm...

Ao ler o preâmbulo do artigo de Duncan Riley, "Second Life 2.0: the Metamonics Conference", mastiguei e digeri as palavras uma a uma:
"As coisas estão a mudar em Second Life. O período de abandono em que as grandes empresas construíam enormes edifícios com as suas marcas da RL que ninguém visitava e que depois abandonavam, já passou. Assistimos agora aos sobreviventes e aos novos residentes do mundo online da Linden Lab a construir algo de novo, algo talvez mais sustentável e de acordo com as necessidades dos utilizadores.
Aparentemente, parece que Second Life está a repetir o ciclo de desenvolvimento da internet, mas a um ritmo acelerado. Os escândalos e as tentativas de trazer as marcas da RL para Second Life fazem lembrar o primeiro boom da web..."

Voltei à imagem do motor de busca de Second Life, e conjecturei sobre a construção de uma nova e enorme rede, tridimensional, colaborativa e participada, onde os conceitos de usabilidade, ergonomia, entre outros, serão repensados e reformulados.
Acordei de um sonho, ou terei imaginado a versão 2.0 de Second Life?

12.9.07

Não me lixem as estatísticas, please!!!

O Jornal de Notícias citou hoje o gabinete de recenseamento norte-americano, para dizer que 14 milhões de americanos não falam a língua inglesa!

"Perto de 5% das famílias nos Estados Unidos, cerca de 14 milhões de pessoas, não falam a língua inglesa (...) O Espanhol é a língua usada por 27,6% das famílias norte-americanas, e a seguir surgem as línguas asiáticas, com uma percentagem de 27,4%."

Bolas, não me lixem as estatísticas, guys!!! Assim é muito complicado saber quais as línguas que mais se falam em Second Life! Contabilizamos os falantes da língua inglesa a contar com os residentes nos States, e que não são poucos... Se os gabinetes de recenseamento da Grã-Bretanha, do Canadá, da Austrália ou da Nova-Zelândia anunciarem algo semelhante, ainda vamos ter o português como a língua mais falada in-world! Cool ;)

Comportamentos na Academia Portucalis


Ontem tive oportunidade de assistir a uma parte da sessão sobre Comportamentos em SL, na recém-criada Academia Portucalis.

Fica na ilha Portucalis, bem pertinho do bar O Caneco e da Galeria LX, e "resulta duma reunião de esforços dos residentes da ilha Portucalis em contribuir para a construção de saberes e desenvolvimento de competências em SL", sem fins lucrativos.
Pretende "proporcionar um espaço não formal de aprendizagens, divulgar a cultura portuguesa nas suas múltiplas expressões, promover a partilha de conhecimentos e debates de ideias, privilegiando a língua portuguesa e implementar actividades culturais diversificadas."

Gerida e dinamizada por personagens conhecidas na comunidade SL lusa (Winter, Marga, Imso, M2Life, entre outros...), propõe actividades como "aulas em língua portuguesa abrangendo diversos aspectos da vida em SL, encontros, tertúlias, conversas e debates com individualidades de SL e/ou RL (...) sempre em ambientes informais."

O encontro muito participado (e informal, como era suposto) servia para discutir questões relacionadas com aspectos comportamentais em SL! Confesso que o tema me interessa, e estava bastante curioso com a sessão. Infelizmente não assisti à sessão na íntegra, mas no pouco tempo em que estive presente tive imensa dificuldade em comunicar com um comportamento respeituoso que os amigos da Portucalis me inspiram: quase impossível terminar um diálogo, quase impossível perceber quem respondia o quê e a quem, quase impossível aguentar o "ruído" de mensagens cruzadas...
Para além das opiniões expressas, muitas delas muito discutíveis e importadas da "moral" da RL, deixava apenas dois conselhos (ou pedidos, para ser mais modesto):

- A moderação deste tipo de eventos tem que ser eficaz, caso contrário instala-se a confusão que é altamente desmotivadora (já tive esse problema nas minhas aulas com menos gente, e tive que repensar a forma de moderar as discussões. Na RL falaria mais alto, em SL não funciona... e seria eticamente inapropriado ;)

- O cenário destes eventos põe-me com a cabeça à roda! O anfiteatro criado (porquê um anfiteatro? bom, adiante...) tem umas texturas psicadélicas que me turvam as ideias ;) nem consigo pensar direito, gente. Acham que seria possível, já que optaram pelas bancadas, colocar uma texturas menos... agressivas visualmente? Sei lá, um granitozito, uma coisa assim mais neutra! É que as ideias custam a sair claras com tanto flash!

Ficam os modestos pedidos e a informação de que a agenda dos eventos pode ser consultada em www.getasecondlife.net, ou no sistema de busca de eventos em SL.

11.9.07

Pensamentos holográficos...

E se em Second Life, em vez de utilizar um plasma ou uma superfície onde projectar imagens como na RL, fosse possível criar "hologramas" com os conteúdos que queremos apresentar a outros avatares?

No caso das imagens de cima, estou a utilizar um objecto transparente "instalado" na minha cabeça (!) de onde são projectadas imagens (texturas) que entretanto coloquei numa biblioteca: o logo da Universidade do Porto e um poema de Mario Benedetti :-)
Posso fazer um slideshow temporizado, avançar as imagens uma a uma, torná-las mais ou menos transparentes, entre outras funcionalidades... comandadas através de um painel no meu monitor duma forma extremamente intuitiva.
Claro que as imagens acompanham os movimentos da minha cabeça, como se de pensamentos holográficos se tratasse, mas o dito objecto pode ser colocado em qualquer outra parte do corpo do avatar.
Para além da minha simpatia pelos hologramas, esta parece-me uma forma bem dinâmica e distante da RL ;) de apresentar publicamente conteúdos, sejam eles quais forem.

Estava na altura das fotos a usar o kkD Projector and HUD, cujas informações podem ser consultadas aqui, e que custa "apenas" 250 Linden Dólares!

Quem vive a Second Life?

Graças às tabelas regularmente publicadas pela Linden Lab sobre a Percentagem de Avatares Activos por país em Second Life (aqui em Julho de 2007), eis algumas comparações entre os 12 países do ranking referido.
As comparações são feitas com a População Total (estimativa 2007), a População Activa (2006) e os Utilizadores de Internet (2006) em cada país, segundo os dados disponibilizados pela C.I.A.

Nota: São considerados apenas os 12 países do ranking por Portugal se encontrar na 12ª posição, o que não significa que outros países mais abaixo na tabela da Linden Lab não pudessem entrar no "top 12" segundo outros parâmetros. Fica um trabalho mais extenso por fazer...

% de Avatares Activos:
01. EUA - 26.55%
02. Brasil - 8.55%
03. Japão - 7.99%
04. Alemanha - 7.92%
05. Grã-Bretanha - 6.92%
06. França - 5.65%
07. Itália - 5.06%
08. Holanda - 3.35%
09. Espanha - 3.31%
10. Canadá - 3.14%
11. Austrália - 2.64%
12. Portugal - 1.56%


% sobre a População Total:
01. Holanda - 0,113%
02. Portugal - 0,082%
03. Austrália - 0,073%
04. Grã-Bretanha - 0,064%
05. Alemanha - 0,054%
06. Canadá - 0,053%
07. França - 0,050%
08. Itália - 0,049%
09. EUA - 0,049%
10. Espanha - 0,046%
11. Japão - 0,035%
12. Brasil - 0,025%


% sobre a População Activa:
01. Holanda - 0,247%
02. Portugal - 0,157%
03. Austrália - 0,139%
04. Grã-Bretanha - 0,125%
05. Itália - 0,115%
06. França - 0,114%
07. Alemanha - 0,102%
08. Canadá - 0,100%
09. EUA - 0,098%
10. Espanha - 0,085%
11. Japão - 0,068%
12. Brasil - 0,050%


% sobre Utilizadores de Internet:
01. Alemanha - 0,375%
02. Portugal - 0,272%
03. Holanda - 0,129%
04. Grã-Bretanha - 0,116%
05. Brasil - 0,113%
06. França - 0,101%
07. Espanha - 0,100%
08. Itália - 0,098%
09. Austrália - 0,097%
10. Canadá - 0,080%
11. EUA - 0,072%
12. Japão - 0,051%


Números curiosos!...

10.9.07

Second Life para Empreendedores

"Second Life para Empreendedores" é um livro de Paulo Ferraz lançado pela editora brasileira Novatec. Aqui fica o resumo do livro, da bio do autor, e o trailer de apresentação do livro:

Sobre o livro...

"Second Life para Empreendedores foi elaborado com o propósito de fomentar o empreendedorismo virtual e ajudar as pessoas a compreenderem melhor a revolução que está acontecendo na internet. Com uma abordagem bastante objetiva, o livro mostra as melhores idéias para você aproveitar ao máximo o potencial da Web 2.0 com os universos virtuais em 3D (metaversos) como o Second Life. Paulo Ferraz traz informações sobre a economia Linden e considerações sobre a publicidade e o marketing virtual, sem deixar de apresentar aspectos jurídicos sobre o metaverso e valiosas dicas dos negócios mais promissores no Second Life. Com este livro, você compreenderá melhor o fenômeno que vem movimentando a economia virtual e receberá a orientação necessária para fazer bons negócios no metaverso. Além disso, você poderá dar uma boa resposta para as pessoas que lhe perguntarem: Second o quêêêê?"

...sobre o autor...

"Paulo Ferraz é advogado especializado no setor de telecomunicações. Trabalhou na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e possui vasta experiência nas áreas de Direito Empresarial, Franchising e Propriedade Industrial. Com seu escritório real localizado em Brasília e seu escritório virtual no Second Life, presta consultoria a empresas e pessoas que pretendem introduzir suas marcas ou confirmar presença na internet, com um foco especial no segmento de Franchising, explorando as novidades trazidas pelo universo virtual em 3D (metaverso). "

...e o trailer:


9.9.07

Galvin Klees em Portucalis

Galvin Klees, estudante de direito e músico nas horas vagas, canta baladas em inglês, em brasileiro e originais.

Esteve ontem à noite na ilha Portucalis em Second Life em concerto, com festa que se seguiu até às tantas. Mais uma oportunidade para ver e ouvir um músico até aqui anónimo, que pode vir a começar carreira... Não pude estar presente, mas os amigos da Portucalis facultaram a foto. O som, espero tê-lo em breve...

Second Life está vivo!

Domingo, 09 de Setembro de 2007, 22:06 TMG:
- total de residentes: 9.403.039
- entraram nos últimos 60 dias: 1.551.313
- online neste momento: 50.501

Contra as previsões dos mais cépticos, Second Life está vivo e não pára de crescer!
Os 50.501 residentes online parece ser um número interessante...
> quantas pessoas estarão online na Web? ninguém sabe...
> quantas pessoas entraram na Web nos últimos 60 dias? ninguém sabe...

Certamente muitas mais, mas números... não há! Como se podem estabelecer comparações?
E, na Web, onde "andam" as pessoas? Podem ser "seguidas" pelos cliques que fazem?
Em Second Life podemos saber onde estão, pelo menos...

(post inspirado nas palavras de Luís Sequeira no Workshop Novos Media 07 no 5º Congresso da SOPCOM)

50 Cent lança CD em Second Life

Amanhã, 10 de Setembro, num dos espaços da Pontiac, os 50 Cent lançam o seu novo álbum Curtis. Estejam atentos ao lançamento do rapper americano, que consta qe vai valer a pena.
Uma vez mais, as mega-empresas, neste caso a General Motors através da Pontiac, apontam as suas baterias para a organização de eventos no metaverse, re-equacionando as estratégias de marketing da RL e tentando perceber as particularidades deste novo meio.

7.9.07

Second Life visto pelos media portugueses

Por ocasião do Workshop Novos Media 07 Second Life, integrante do 5º Congresso da Sopcom, tive oportunidade de apresentar alguns dados sobre a cobertura dos media portugueses ao "fenómeno" Second Life, com base numa recolha de dados efectuada entre 01 de Janeiro e 31 de Julho de 2007, a partir da expressão "second life".

Aqui ficam alguns números...

Meios:
Imprensa: 440
Internet: 452
Televisão: 19
Rádio: 16
Total: 927

Totais mensais:
Janeiro: 43
Fevereiro: 52
Março: 60
Abril: 108
Maio: 180
Junho: 146
Julho: 329

Temas mais mencionados:
Second Life: 165
Universidade de Aveiro: 74
Música: 59
Universidade do Porto: 42
Presença de portugueses: 38
Ministério da Justiça / e-Justice: 32
Campanha de António Costa: 29
Lançamento do livro de Claudia Galhós: 24
Castelo de Almourol: 22
Apresentação de Transformers: 19
Moda: 17
Apresentação de novela da Globo: 13

...e outras observações resultantes da análise dos recortes...

> a cobertura dos media tem revelado pouco rigor
> os temas mais publicados estão ancorados em temas mediáticos na RL
> os media falam de SL sem conhecerem o ambiente
> ficam por publicar coisas muito importantes que se passam em SL

Para já é tudo!...

6.9.07

56.770 hipóteses de ler um Oi! ou um Olá! quando faz login

Numa semana em que Second Life atingiu pela primeira vez os 50.000 residentes online em simultâneo, foram publicadas as estatísticas referentes ao mês de Julho, entre elas o Top 100 de Contas Activas.

Para além da manutenção de Portugal em 12º lugar (!) com 8.748 contas, confirma-se o 2º lugar do Brasil com 48.023 contas. Contas feitas, e pelo menos 56.771 contas activas em Second Life falam português!
Pela posição dos outros países no Top 100 (Japão sobe para 3º), não se admire se entrar em Second Life e encontrar alguém a falar a nossa língua. As probabilidades são grandes, mesmo que seja mais certo "levar" com um Oi! do que com um Olá!

Comunicação e Cidadania

Em pleno 5º Congresso da SOPCOM, na Universidade do Minho, sob o lema "Comunicação e Cidadania" e um calor tórrido, resolvi publicar um "clip" realizado por diversos alunos de liceus de Nova Iorque.
O "clip", "A Child's War", é o resultado de um ano de trabalho no Projecto "Virtual Video", um projecto extra-curricular conduzido pela "Global Kids" em colaboração com o "Museum of the Moving Image".
"A Child's War" é um pequeno video integralmente produzido em Second Life, e que demonstra a extraordinária compreensão dos adolescentes dos media digitais e dos temas da actualidade internacional.
Cerca de 20 jovens criadores mostram a história de uma criança-soldado que testemunha no Tribunal Criminal Internacional contra o manda-chuva que o obrigou a matar centenas de pessoas no Uganda, incluindo membros da sua família.

Tudo isto a propósito de "Comunicação e Cidadania"!

5.9.07

Time Warner compra filme criado em Second Life

A HBO, canal detido pela Time Warner, comprou o filme "My Second Life: the video diaries of Molotov Alta", por um valor, ao que consta, de "seis dígitos em dólares". Quem o noticia é a Reuters, acrescentando que o filme conta a história de um homem que desaparece da sua casa na Califórnia, e que começa a produzir e enviar videos a partir de Second Life."
"É possível construir ambientes visualmente ricos e densos em tempos incrivelmente reduzidos, e trabalhar em colaboração usando as ferramentas de Second Life,” disse Douglas Gayeton, realizador.Cada um dos 7 episódios de "My Second Life" explora uma sub-cultura diferente no mundo virtual.

Não percam o primeiro episódio AQUI!

4.9.07

Um refúgio no meio de vulcões...

"...receberam o Expresso (...) no seu refúgio no meio de vulcões onde evitam uma vida social de que não gostam. (...) é uma vida feita como a água que flui!"

Ouvi as palavras em off, e achei-as belas.
Lembraram-me algumas ilhas em Second Life, onde da paz interior nos podemos aproximar, sem ruídos externos, isolados de uma outra vida social...
O clip foi publicado aqui e fala de uma ilha.
A ilha é Lanzarote!
Os protagonistas são José Saramago e Pilar del Rio!
Passeiam "no meio de vulcões", só não voam...
Não achei que o refúgio potenciasse qualquer tipo de esquizofrenia!

3.9.07

Brasileiro é fogo mesmo, né?

Enquanto a Mundo Linden anunciava hoje a segunda posição do Brasil em Second Life (contabilizado o número de registos na última semana de Julho), um rapazola-cantor de nome Rub (com uma comunidade de 55.000 caras no Orkut!) resolveu promover as suas baladas em SL.
Até aqui, a história não tem muito de insólito. Mas a maneira escolhida para a dita promoção, essa sim foi inédita:
"Já que o Jô ainda não me convidou para ir ao seu programa, resolvi fazer uma entrevista virtual... Espero que ele não se incomode... e peço a você que mostre e indique a todos os seus amigos..." lê-se junto ao seu clip no YouTube!
A cena é nem mais nem menos do que uma recriação de uma entrevista inexistente no "Programa do Jô"... em Second Life! Brasileiro é fogo!
Para além do ar "meio patético" dos avatares em diálogo sem mexer os lábios, o que pensará "O Gordo" da programação inventada pelo Rub?
E se a moda pega? Já pensei até começar a editar o Jornal Nacional e fazer de pivot ao lado da Manuela Moura Guedes, que assim regressaria numa "segunda vida"!

2.9.07

Esclerose Múltipla em Second Life II


Depois do post de ontem sobre Esclerose Múltipla em Second Life, e sobre a conversa com Maggie Runo, consegui o prometido encontro com lorechip Kurka, a mentora do espaço C.E.M. (Centro de Esclerose Múltipla).
Como prometido, a lore, como é conhecida, apareceu, na companhia de Juanjo Runo.
Dentro de um traje e com adereços ambiguamente informais e formais, o seu corpo bem tratado rodeava um sorriso leve de lábios bem desenhados.
"Sentamo-nos?", perguntou! Eu não costumo sentar-me muitas vezes, mas anui sem problemas.
Já sabia ao que vinha, já me tinha feito apresentar, já lhe tinha falado do blog e do meu interesse na sua actividade in-world.
Confirmei a sua concordância em publicar a nossa conversa muito pessoal, e as fotos que mais tarde iria tirar. Que sim, sem problema nenhum.
lorechip Kurka é, desde Abril deste ano, o avatar de uma asturiana de 30 anos, com Esclerose Múltipla diagnosticada aos 13, e com as primeiras manifestações da doença aos 22. Habitualmente, desloca-se na RL com a ajuda de uma muleta, "e por vezes com duas, mas mais raramente, só durante as crises...", detalhou.
Colabora na RL com a Asociación Asturiana de Esclerosis Multiple, cuja página na Net se encontra referenciada no espaço que idealizou e realizou em Second Life.
"Entrei em Second Life por curiosidade, para ver como era, e tive desde logo a ideia de criar um Centro de Esclerose Múltipla para explicar em que consiste esta doença e como funciona, porque as pessoas têm ideias pré-concebidas sobre ela."
Eu queria saber mais sobre a sua situação física na vida real: "Estou numa fase inicial da doença bastante extensa, com várias placas instaladas no cérebro.", ia esclarecendo, "A entrada em Second Life mudou um pouco a minha RL. O melhor de tudo é poder estar aqui! Poder mover-me sem dificuldade. Adoro fazer coisas que na RL não posso fazer, como dançar, conhecer gente, falar diferentes línguas... Enquanto aqui estou esqueço um pouco a E.M., mas quando "regresso" à RL é muito difícil conseguir esquecê-la."
E o grupo? Quem participa?
"Neste momento somos 84, mas a maioria não são portadores da doença, são os "sensibilizados". Em Second Life não há muitos portadores de Esclerose Múltipla, talvez porque nem sequer temos recursos económicos para entrar na Net! A doença manifesta-se em idades jovens, em pessoas ainda dependentes economicamente. O ideal seria ter um apoio institucional que não existe! Eu é que vou mantendo os custos deste espaço!"
Mostrou-me alguns artigos promocionais (uma pulseira, que eu já tinha comprado ontem, uma t-shirt, que comprei mesmo sendo para senhora e que consegui ajustar ao meu corpo mais volumoso, um cabelo loiro, esse sim feminino e que não comprei), e ofereceu-se para me mostrar o resto do edifício.
Seguimos em passadas largas por rampas de ligação aos dois andares superiores.
No 2º andar, uma sala ampla inundada por cartazes com informação sobre a Esclerose Múltipla: sintomatologia da doença, explicações sobre a sua origem, conselhos sobre a vida social e sexual para os portadores, ... Esclarecido, segui a lore até à sala de relaxamento no 1º andar, onde gostaria de fazer as fotos.
Uma extensa família de almofadas de seda repousava no chão. Em cada uma delas, os avatares podiam assumir uma posição de meditação! Sentei-me numa ao acaso. A lore noutra.
Tirei calmamente as fotos, escolhendo os ângulos que me aprouveram, enquanto lorechip Kurka, provavelmente, meditava, sempre com aquele sorriso nos lábios desenhados.
Despedimo-nos com cortesia, agradecendo mutuamente aquela conversa no C.E.M., depois de eu a informar da direcção do blog para ver este post, na esperança de contribuir de alguma forma para o seu trabalho de sensibilização. lore prometeu-me que iria ler e perceber o português!

Saí teleportando-me para a ilha da Universidade do Porto, onde fiquei uns minutos a pensar no sorriso tranquilo e desenhado de lorechip Kurka, o avatar de uma mulher das Astúrias.
"O melhor de tudo é poder estar aqui!", tinha dito...

1.9.07

Esclerose Múltipla em Second Life I


Foi por acaso que ontem conheci Maggie Runo!
Numa sessão de esclarecimento sobre o e-justice, resolvi consultar o perfil da Maggie, e o grupo Esclerosis Multiple a que a Maggie pertence chamou-me a atenção.
Resolvi perguntar-lhe do que se tratava, e fiquei a saber:
O grupo possui um espaço, que é gerido por lorechip Kurka, também da direcção da Associação Espanhola de Esclerose Múltipla na RL. Fomos ao local, e conheci a lorechip, com quem irei falar em breve.
Hoje tive uma conversa interessante com a Maggie!
"Por curiosidade, um dia pesquisei a palavra esclerose e encontrei este grupo e um outro inglês em Second Life." contou-me. "Aderi a este grupo, mas não sei se a maioria são portadores da doença ou não. Costumo falar com a lore e com um amigo que não tem a doença."
E eu curioso sobre a utilidade e objectivos do grupo em Second Life: ": Sabes, falar às vezes é um pouco difícil, muita gente vem buscar aqui algo diferente da RL." confessou-me, "Eu só tinha falado com um amigo sobre isto, até encontrar o grupo. Aqui procuras um pouco a ilusão, algo que não tens na RL!"
Qual ilusão?, quis eu saber. "Repara, por exemplo a lore, não sei, porque não lhe perguntei, mas provavelmente afectou-lhe a parte motora, e aqui, ela dança, anda, corre... Eu estive uma semana cega de um olho e digo-te que não é agradável. Perdi 35% de visão no olho direito, mas tenho o esquerdo!"
Estava eu a começar a perceber a ideia, "A doença revelou-se quando eu tinha 34 anos. Aqui em Second Life sinto a velocidade com que mudo de humor. Aqui consigo estar mais estável, menos irritadiça. A irritação tem a ver com o stress e com a maneira como reages a ele. Eu tenho um trabalho muito stressante na RL, nada indicado para quem tem Esclerose Múltipla. Aqui, consigo relaxar e descomprimir ;)."
Engoli em seco, enquanto a Maggie, lisboeta de gema, continuava com o discurso escorreito, confessando que quando começava a falar... não parava!
"Sabes o que é pena? Que não haja mais gente nas sessões de esclarecimento! A lore fez uma, mas não estava assim tanta gente..."

A conversa já ia longa, e a Maggie aceitou tirar umas fotos antes de se despedir. As que se encontram acima, com um ar tranquilo e nada "irritadiço" (como ela referia).

Visitei o local com minúcia, recolhi a vasta informação disponível sobre esta doença degenerativa, e fiquei com a certeza que em Second Life muita gente se reúne em torno de grupos de interesses comuns.
Sem vestígios de cadeiras de rodas ou outros artefactos que ajudam a superar incapacidades na RL, fiquei com uma enorme vontade de falar com a lorechip para perceber bem de que forma o metaverse transforma a qualidade da "vida real" da tanta gente que se vê, de um dia para o outro, invadido por doenças terríveis.

Não consegui falar hoje com ela. Estava ocupada! Numa festa de aniversário de um amigo, a dançar!
Dança muito, lorechip, até que os pixeis te levem para bem longe da realidade, pelo menos por uma noite!