Our World. Our Imagination.
Depois do meu último post, fiquei a moer o que escrevi, a reler a entrevista exclusiva de Philip Rosedale à Reuters, passei pela homepage de Second Life, passei de novo pela entrevista, reli o post, e... mea culpa!!!
A análise e os comentários que fiz tornaram-se mais claros: estava a cometer um erro!
Rosedale não tem nada que ser criativo!
Na entrevista à Reuters, diz Rosedale: "By far the largest source of income to Linden Lab is the sales and the tier fees. The core of our business is a hosting business."
E na pobre homepage de SL: "Your World. Your Imagination."
Posta a questão nestes termos, quem tem mesmo que ser criativo, se quiser, são os residentes de Second Life. São eles que tiram partido da tecnologia disponível, são eles que pedem mais estabilidade, menos updates às quartas-feiras, menos lag, melhores performances. A Linden Lab vai acompanhando desde a Califórnia o movimento das "formiguinhas" incansáveis que vão construindo um mundo que Rosedale nunca na vida terá imaginado.
As minhas desculpas, Philip, estava eu enganado nas apreciações que fiz!
O tal "erro de marketing" que arrisquei afinal não existe!
Our World. Our Imagination.
2 comentários:
É verdade — a Linden Lab não "vive" da sua própria criatividade, mas da dos seus utilizadores. :)
Mas isso não é nada de especial. Penso não estar muito errada ao considerar que mais de 99% do software existente só tem sucesso graças à criatividade dos seus utilizadores :)
O Philip no fundo está na realidade a falar do Second Life em 2007, muito diferente do de 2002: uma plataforma aplicacional na qual o papel da Linden Lab vai ser só o alojamento dos conteúdos. Lá se vai a "missão" deles: To connect us all to an online world that advances the human condition. Este papel deles terminou no dia em que ficou claro que o governo dos US não vai na conversa!
E é assim que os "developers" (uma espécie de co-autores do sucesso do SL) vão passar a ser "Solution Providers". E é assim que vamos passar a ser responsabilizados pelos disparates que fazemos e crimes que cometemos nos nossos próprios sims. E é assim que vão deixar de haver Abuse Reports pois a Linden Lab vai deixar de estar "presente" para tratar dessas coisas, mas em vez disso, deixar tudo nas mãos dos utilizadores.
Não é difícil de prever que o passo seguinte é acabar de todo com o suporte técnico, excepto, evidentemente, na instalação de servidores (ilhas privadas) novos. A "mainland" é uma interrogação — por um lado, rende ainda bastante para a LL, mas eles estão a reduzir drasticamente o número de sims colocados em leilão. Não é porque o crescimento do SL tenha parado! Mas sim porque sinceramente as pessoas preferem pagar menos por uma ilha privada "algures" e ter melhores acessos e total controle sobre os seus terrenos, em vez de apostarem no caos da "mainland" partilhada, com apoio técnico inexistente, e incapacidade de gestão do espaço dos utilizadores. Imaginem a "mainland" como uns enormes foruns de discussão. As ilhas privadas são os blogs. A LL descartou os seus próprios foruns de discussão há mais de um ano (excepto, enfim, os foruns técnicos) o que conduziu à explosão da SLogosfera. Quando abandonarem a "mainland", provavelmente vamos assistir a uma explosão de terra ordenadinha, planeada, e com imenso suporte técnico — mas que não será feita pela Linden Lab.
Uma curiosidade (e um desafio!): quando lêem Your World, Your Imagination, traduzem para O seu mundo, a sua imaginação ou para O nosso mundo, a nossa imaginação? :)
Quase todas as pessoas que conheço (anglo-saxões e portugueses) fazem mentalmente a primeira tradução! Eu sempre defendi a segunda, porque ilustra melhor o conceito de mundo partilhado: o Second Life é (ou deveria ser) fruto da nossa imaginação colectiva e não apenas a soma de todas as imaginações individuais.
Mas eu sei que sou lírica... :)
Amiga Gwyneth,
Partilho do lirismo e das considerações prévias feitas por quem sabe ;)
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