Arrancar-te-ei os olhos...
"Um encontro de dois: olhos nos olhos, face a face, e quando estiveres perto arrancar-te-ei os teus olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus; arrancarei os meus olhos e colocá-los-ei no lugar dos teus; então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-me-ás com os meus." Jacob Levy Moreno
Passaram-me pela memória as palavras de Moreno (médico nascido em Bucareste em 1889), criador do Psicodrama, do Sociodrama, da Sociometria e de outros dramas mais.
Segundo a Enciclopedia Hispánica (1990), o Psicodrama "é um método terapêutico idealizado pelo psiquiatra Jacob Levy Moreno em 1920, e que consiste na busca da verdade psicológica mediante uma encenação dramática improvisada. Pretende que o paciente expresse os seus conflitos e se liberte dos seus complexos. O terapeuta dirige o diálogo final sobre os sentimentos expressados." Desta metodologia terapêutica devrão fazer parte um Cenário, um Protagonista, um Orientador, os Auxiliares (ou "Eus Auxiliares") e o Público.
Segundo a Enciclopedia Hispánica (1990), o Psicodrama "é um método terapêutico idealizado pelo psiquiatra Jacob Levy Moreno em 1920, e que consiste na busca da verdade psicológica mediante uma encenação dramática improvisada. Pretende que o paciente expresse os seus conflitos e se liberte dos seus complexos. O terapeuta dirige o diálogo final sobre os sentimentos expressados." Desta metodologia terapêutica devrão fazer parte um Cenário, um Protagonista, um Orientador, os Auxiliares (ou "Eus Auxiliares") e o Público.
Do resumo permaneceram os olhos: os arrancados ao outro e os que a ele são oferecidos na troca de papéis.
Cruzaram-se-me as palavras de Richard Bartle (um dos criadores dos MUD's e de quem já falei aqui) acerca da construção das identidades em mundos virtuais. Relembro: "Estes são lugares muito sociais. Como tal, permitem-te sentir-te bem contigo mesmo, encontrar o teu "eu real" sendo outro: o teu personagem."
Mais olhos, mais uma troca de olhares, de papéis.
Aproximou-se-me Sherry Turkle, psicosocióloga americana, estudiosa do fenómeno dos MUD's, que refere o permanente movimento de cycling through entre o "eu" real e o(s) seu(s) personagem(gens) virtuais como essencial para a construção do "eu" plural contemporâneo, ubícuo e fragmentado. Mais olhos?
Volto a Moreno, e à força dramática das suas palavras, e vejo-me em Second Life, trocando permanentemente a posição dos meus "olhares reais" com os seus "correspondentes virtuais".
E sinto-me mais rico, apenas por me passar a ver melhor com os meus próprios olhos!
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