22.11.07

Delírios...

The Associated Press, através de Hiroko Tabuchi, titulou hoje "Making 'Second Life' More Like Real Life", e falou dos projectos em desenvolvimento no Japão na concepção de dispositivos para controlo remoto do movimento dos avatares.

Falou do projecto da Universidade de Keio (já referenciado neste blog) e do da Universidade de Tokyo, que permite a utilização de um sistema de position-tracking, que, através de um código de cores e de uma webcam, permite ao utilizador reproduzir in-world os movimentos que faz offline!

"O utilizador vira à esquerda, e o avatar vira à esquerda. O utilizador baixa-se, e o avatar segue o mesmo movimento. Esta tecnologia permite fazer as acções na vida real e transportá-las para o mundo virtual," afirmou o investigador Michitaka Hirose."Esta tecnologia torna as manobras muito, muito mais fáceis."

Para além dos avanços tecnológicos que as experiências japonesas provavelmente encerram (não serão tão avançados quanto isso, talvez uma espécie de eye-toy aplicada a SL), o mais preocupante (ou curioso, para ser menos dramático), é como esses mesmos avanços têm como objectivo 'tornar a segunda vida mais parecida com a primeira'!!!
Alguém encomendou este sermão? Se sim, digam-me quem foi para que me explique melhor o delírio...

Imaginam-se a correr à volta da sala para percorrer rapidamente uma loja em Second Life?
Imaginam-se a saltar na cozinha para chegar a uma plataforma em Second Life?
Imaginam-se a alternar a vossa posição sentada e de pé permanentemente no escritório para utilizar uma pose ball em Second Life?
Imaginam-se a dar fortes gargalhadas no meio de uma aula, para que o vosso avatar reproduza exageradamente o gesto?
E... imaginam-se a voar no jardim lá de casa para visitarem um vasto espaço em Second Life? (essa parte do vôo não foi referida, por isso não deve dar para simular offline ;)

Depois da mimetização dos espaços, parece emergir a necessidade (vontade?) de imitar os movimentos, gestos e comportamentos do indivíduo 'real' no seu avatar. Tudo em nome da usabilidade do inquestionável (???) desejo de uma auto-representação mimética.
Eu cá não embarco neste delírio...

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