30.9.07

A miopia de um Gato Fedorento

José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho, "gastou" o espaço da sua coluna "Ao Domingo", na página 3 do P2 do Público de hoje, a falar da "Segunda Vida Malvada"!
José Diogo Quintela, descendente dos Barões de Quintela, ex-estudante de Comunicação Social, blogger, humorista, argumentista e colunista, popular pela sua participação na derivante televisiva do blogue gatofedorento.blogspot.com, resolveu reforçar publicamente a sua miopia e conservadorismo dissertando sobre Second Life!
Uma vez que o popular José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho perdeu uma semana a escrever o artigo, eu (que não sendo popular tenho tempo de sobra para escrever todos os dias), sinto-me na obrigação de comentar e de dar a conhecer aos leitores deste blogue (aos poucos que não leram o Público) a importante diatribe de José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho.

Acomodem-se pois nas vossas cadeiras, sofás ou camas, e pasmem com cinco dos vários pensamentos sábios retirados do referido artigo:

1. "O Second Life conseguiu tirar o fascínio da vida dupla."
2. "Partindo do princípio (não disputado) que qualquer coisa que seja feita em computador torna o tipo que a faz , por definição, um totó, o Second Life é, na prática, onde os totós brincam a imaginar que têm uma vida melhor do que aquela que na realidade têm."
3. "... qualquer totó cá fora é o maior lá dentro (em Second Life) porque é tudo falso. E "falso" é a expressão a reter. Juntamente com "tolice"."
4. "Posso não me ter informado o suficiente. É que o Second Life é mesmo chato."
5. "É possível que algum avatar de crítico venha dizer que eu estou a falar sem saber, uma vez que nem nunca sequer entrei no Second Life. É verdade. Mas, por exemplo, não preciso de experimentar carne humana para zombar do canibalismo."

Caro José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho:

- Percebo perfeitamente que ridicularizar Second Life é muito cool, e, nessa perspectiva, até entendo o esforço que José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho fez em perder tanto tempo a escrever sobre tamanho embuste.
- A 'vida dupla' a que se refere nem é apenas 'dupla', mas cada vez mais múltipla. E continua fascinante, também pela sua extensão num espaço intangível. Permite que o indivíduo reflicta sobre a sua existência, permite até que grupos sociais e políticos equacionem a sua forma de pensar a vida em comum.
- Os 'totós' a que José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho se refere, são apenas... dezenas de milhar de portugueses que dedicam algum do seu tempo a trabalhar, a investigar, a educar e a... divertir-se em Second Life! Felizmente, muitos deles não precisam de esquecer a desgraça da sua vida real no ciberespaço. A generalização do smelly cat peca pela miopia e pelo conservadorismo a que nos habituou.
- Enquanto comunicador, José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho poderia estar mais atento a Second Life! Este ambiente social e colaborativo online é hoje uma plataforma de excelência... para comunicar!

José Diogo Quintela aka ZDQ aka Fininho (bolas, é muito 'aka' para um homem só) deveria continuar a manter-se afastado de Second Life.
Humildemente (faz sentido a palavra?) seria mais produtivo se tentasse conhecer alguns dos tais 'totós' e perceber porque andam nessa 'segunda vida malvada'. Ou passar umas férias (entre as as suas múltiplas filmagens) numa ilha de canibais... just in case, smelly cat!
É que são muitos 'totós' em frente ao computador, todos 'tolos' e 'falsos'! Em número suficiente para encher o Alvalade XXI (bancadas e relva incluídas).

31 comentários:

Marta disse...

Cada vez mais leio coisas sobre o Second Life. E também li hoje a coluna do ZDQ. Achei engraçada a perpectiva dele mas "confortável", isto porque é fácil criticar sem conhecer. Presumo que na Second Life exista de tudo, como acontece na "First Life".
Notícias como o cordão de avatares, a tenda do ramadão, a manifestação de trabalhadores, um centro de arbitragem e mediação, faz-me pensar que esta Second Life não deve ser subestimada mas sim encarada como uma oportunidade para, quem sabe, mudar para melhor a First Life.

Anónimo disse...

Oh Paulo Frias, era ironia e sentido de humor! Será que o SL faz com que se comece a levar tudo demasiado a sério?

João Barros

Tchucho disse...

A inveja é uma coisa feia, e neste seu post Sr. Paulo Frias denota-se um certo desgosto fedorento

Anónimo disse...

Tal como o Zé Diogo, eu preferia ver as inúteis energias gastas no mundo virtual construtivamente canalizadas para o nosso mundo real. Por isso concordo com o Gato e com o Cold Cold bitch.
O pouco crédito que dou ao Second Life é o mesmo que dou aos outros escapes, tipo alcóol, sexo, droga...

Anónimo disse...

Há uns anos atrás, os inteligentes dos portugueses passavam a vida a verem comédias de um tal senhor “meio – alemão”, enquanto que a internet crescia e onde outros, aos poucos, desbravavam esse estranho mundo virtual na altura só para totós, a “www” - eram os totós lá de fora. Assim, passado uns anos, ficamos com a fraca comédia guardada em arquivo da Rtp, enquanto que, digamos, tótós estrangeiros, criaram grandes empresas baseadas na Internet(mundo virtual para tótós, na altura.), onde empregam muitos dos inteligentes de cá que agora trabalham para os totós de lá.

R.D.

Anónimo disse...

Não há nada mais ridículo do que um homem que se leva demasiado a sério.
NSL

Anónimo disse...

Sinceramente! Eu estou pasma! Mais ainda pelos comentários que leio aqui... Só me resta pensar que quem fala de "inveja (!??)", "pouco crédito (??!!)" ou "levar-se demasiado a sério(?!??)" com certeza nunca experimentou a realidade do Second Life! Sim, realidade porque este fenómeno à escala global é o futuro que se está a escrever hoje. Toda a vivência social, cultural, geográfica!, política, e muito também pessoal e intimista do SL é na verdade incomparável a qualquer outra realidade da chamada RL. Pois esta segunda vida, seja dupla, múltipla ou apenas experimental dispensa todos os totós que não a compreendem e muito mais os falsos que, na ignorância mesquinha, não viriam a enriquecer em nada este admirável mundo novo em constante evolução. José Diogo Quintela ou qualquer dos seus akas, faria melhor em reflectir bem antes de fazer crónicas só para encher papel e dar um ar da sua graça. Desiludiu-me bastante ler tamanha tolice! Palup Ling, o seu blog é também ele fascinante e uma mais-valia para quem na RL vive o SL. Obrigada.

Anónimo disse...

Epá, tenham calma. Parece cada vez mais que quem não goste ou nunca tenha experimentado o SL é considerado ignorante e está contra os ilumidados. Já nem se pode fazer piadas.

Isto é como tudo, quem quer viver uma vida no SL que viva. Não podemos querer que todos achem o conceito interessante. Eu por exemplo tentei uma vez e achei chato o suficiente para não voltar.

Agora, caro Paulo Frias, responder a um artigo de humor com tanta amargura parece mesmo que não se lhe pode dizer nada sobre o SL que não seja elogios. Relaxe...

Anónimo disse...

Este 'mundo novo' nada mais é que um chat com avatares. Lembro-me do básico Comic Chat da Microsoft, que vinha escondido numa das directorias. Engraçado, tínhamos uma 'imagem' e várias 'emoções' enquanto se falava. Mas era apenas isso, 'comic', não se levava a sério.

Este Second Life parece agora um Harry Potter (ou Senhor dos Anéis para os mais crescidos) onde quem não gosta, é pura e simplesmente 'demasiado limitado para compreender'.

Cordão de Avatares em apoio a monges reais que não vivem numa ilha virtual e que foram realmente agredidos por palpáveis forças de segurança? Ajudou? Qualquer dia temos greves de zelo e sindicatos a decretar dias de luta... e todos vão bater palmas a este admirável mundo novo que de novo tem pouco, muito menos admirável.

Será este meu comentário o reverso da medalha? Sim. Sem diplomacias, experimentei e não gostei. Amargamente (para não destoar do post), expliquei o motivo. Não compreendem quem não gosta? Pois eu não compreendo quem gosta. Assim ficamos. Sigo para uma aula de Semiótica, que consigo achar mais interessante que Dragões e bolachas de chocolate!

Anónimo disse...

Sendo eu um totó que anda pelo SL, já me fartei de rir com os comentários ao post do Paulo Frias. Sobretudo com os dos (ou do) anónimo(s).

Eu que sou muito baixo, muito gordo e muito feio só entro no SL para fingir que sou muito alto, muito atlético e muito belo (um verdadeiro sex symbol masculino) :-)

Pena é que a maior parte do tempo que estou em SL nem sequer ponha o meu avatar com forma humana e esse tempo não seja usado para me exibir nem 'socializar'. É que o SL é também uma plataforma de trabalho e é a trabalhar que lá passo quase todo o tempo. Que chatice o SL não ser apenas um IRC com bonecos!

Quanto à crónica do Diogo Quintela, o chorrilho de banalidades que aparentemente não tem piada nenhuma, tem muita: ele limita-se a ser uma personagem do gato fedorento (ou seja, não é ele próprio Diogo Quintela, mas uma virtualidade): o português "típico" que opina sobre tudo e mais alguma coisa sem perceber nada sobre o que opina.

Ou seja, a crónica do Diogo Quintela é um 'sketch' dos gato fedorento. :-)

Anónimo disse...

Interessante polémica :) Acho que os artigos do JDK no Público não pretendem ser humorísticos, pelo que costumo ler.
Percebo muito bem o que diz o post porque estou habituada a usar o Second Life para me ajudar a superar as minhas incapacidades físicas da realidade.
O que eu sinto não é amargura, como disse mais um anónimo. Sinto tristeza por ver ridicularizar as opções dos outros. Acho que foi isso que o Paulo Frias sentiu.

Anónimo disse...

Caro m2life, só por curiosidade, e sem qualquer tipo de arrogância, que tipo de trabalho realiza no SL?

Anónimo disse...

(Novamente o anónimo 'amargurado')

O Flight Simulator é excelente para quem não tem possibilidades de ser um piloto de linha aérea.

Mas não é por sê-lo num simulador (não falamos sequer de jogo, já que simula todas as condições reais) que me vou sentir como um Comandante da TAP.

O Second Life pode ser muita coisa, mas não é a melhor invenção desde a roda. O mundo caminha para a introdução de mundos virtuais, comandos de voz e uma interacção total entre Homem e Máquina porque já se percebeu que a Máquina compensa a preguiça inerente ao Homem.

Eu trabalho muito bem com o rato e o teclado e não quero sequer sonhar com o dia em que o computador se torna um Tamagotchi com emoções próprias e que me compreende melhor que eu. Mas o caminho é esse.

Compreendo a anónima que diz que supera as incapacidades físicas da realidade, claro, no Second Life pode voar, andar, saltar... mas aquilo é um programa de computador! Um placebo, diria.

Sem querer minimamente ser desrespeitoso, é difícil para mim ver o Second Life como uma 'opção'. Um escape? Sim. Uma reprodução da realidade que se desliga ao clicar no X? Definitivamente!

E que conveniente que é ter uma Segunda Vida onde que podemos desligar quando estamos fartos... e voltar a ligar quando nos apetece! Tudo isto durante as 24h da Real Life que nos obriga a aguentar e, agora sim, a fazer opções e a tomar decisões para gerir aqueles momentos em que um 'X' dava imenso jeito!

Cumprimentos respeitosos,
João Paulo

Anónimo disse...

Sinceramente, eu, que até ando pelo second life de vez em quando, não achei nada de particularmente irritante na crónica do ZDQ.

Ele assume-se como alguém à margem do SL e repete estereótipos? Pois claro que sim, se virem as crónicas dele de todas as semanas a posição dele em relação a qualquer fenómeno "da moda" é sempre essa.

Ele aponta as falhas do SL? Claro que sim, o SL não é perfeito, e "ridendo castigat mores"...

Chill out.

Anónimo disse...

Comentar de forma severa a comédia, o humorismo, revela um sentido fraco do lugar que se ocupa. Por outro lado, o comediante, o humorista que fala severamente acerca de um dado tema, está a experimentar uma coisa muito superior. Nem o humorista se dirige pessoalmente ao escritor indiferenciado, nem este o confrontará, excepto, claro, se se depararem com uma questão realmente grave.
Não faças isso, Paulo, porque também tu podes ser atingido nas costas violentamente e quem sabe, imagina, por um humorista!!!

Anónimo disse...

Frias, nerd imbecil, deixe de criticar quem tenta fazer um pouco de humor com a cambada de seres sem vida que constituem 90% do Second Life.



ZDQ - thumbs up ISCSPiano

Tiago Pinto disse...

Meu caro:

a sua resposta a ZDQ mostra que aifnal o artigo não deveria ser de humor mas sim uma constatação fiel de si e dos seus. Sabe que o humor serve para nos rirmos, para reflirmos sobre as coisas e não para ficar ofendido com ele.

quando pessoas como você ficam ofendidas com o humor de pessoas como o Zé Diogo Quintela está a colocar-se no mesmo saco de Pinto da Costa ou João Alberto Jardim, pessoas autocráticas e que não admitem, sequer, brincadeira com a sua profissão, os seus gostos e as suas formas de viver. não o conheço o suficiente mas quem sabe se você não será o Valentim, ou o Jardim do second life e como até agora só estava habituado a elogios e bajulações dos seus seguidores ficou todo espicaçado com um artigo de humor...humor!

Já que referiu que o second life pode ter um importante papel na vida real e na noção que dela temos, então experimente ler sócrates ou Kant e as suas teorias acerca do humor e talvez entenda que também ele é uma forma de sair do real, abstrairmo-nos do quotidiano e projectar uma nova realidade.

enfim.

grande ZDQ, seja gordo ou fininho é grande!

Tiago

Anónimo disse...

Então, mas... O Quintela não tem razão? Com humor ou sem ele, a questão é que ele diz umas verdades...

Anónimo disse...

Sinceramente... Responder a um artigo de humor com tanto azedume, faz com que o ZDQ saia por cima, por uma larga margem...

Nem achei o artigo com particular piada, e embora ande no SL com alguma assiduidade, não deixo de reconhecer na crítica alguma verdade, e alguma não verdade, mas não é assim o humor? Pegar numa verdade e esticá-la até ao ridículo?

Não vejo razão para tanto "espalhafato", Sr. Paulo Frias. Parece-me mais, de facto, de que está um pouco obcecado com isto do Second Life, ao ponto de já não tolerar críticas! E esse argumento de que "ele não experimentou" não pega, obviamente. Todos nós criticamos a toxicodependência sem a termos experimentado, não é verdade?

O SL é sim, e para muita gente, uma canalização daquilo que não pode ser. Isso não é uma opinião, é um facto. Não digo que toda a gente faça isso, mas sim que o veiculo está lá, e é usado. Tal como é o IRC, como é tudo aquilo que permita ao homem ter um alter-ego sem ser denunciado.

Leio o seu blog com alguma assiduidade. Embora ache leviano, é interessante e com piada. Desceu uns pontos na minha consideração com este comentário, e penso que não terá sido só na minha.

Semedo disse...

O dr. Frias tem é uma grande dose de falta de humor. O rapaz meteu-se com a sua "religião" e lá levou com uma fatwa. Boa doutor.

Anónimo disse...

Volto para mais um comentário porque me fizeram uma pergunta directa (não resistindo a depois de responder, dizer algo mais) :-D

Resposta a um dos anónimos: Porque é anónimo, a minha resposta vai ser curta: dou aulas em SL e preparo outras para serem dadas em SL e RL.

Extra: Depois de tantos comentários (o Paulo Frias deve estar feliz pois nunca um post seu teve tantos), coloco duas questões:

1- Aos que só comentaram a dizer mal da SL: Se é tudo tão mau nesse mundo paralelo, porque perdem tempo a ler um blogue que só fala de SL e, mais grave, a comentar um post do autor do mesmo?

2- Algum dos comentadores já pensou na seguinte hipótese: Quer o Diogo Quintelas quer o Paulo Frias escrevem para o 'Público': O post pode ter sido uma verdadeira brincadeira preparada de antemão entre os dois.

3- LOL

Anónimo disse...

O que é o Second Life? Só pode ser mesmo algo para "tótós"!

E já agora quem é o Paulo Frias?Provavelmente um dos "tótós" que sabe o que é "Second Life" e se sentiu ofendido por passar a imensidão de tempo livre que deve ter agarrado a um computador onde simula uma vida que não tem, porque a sua vida real é triste demais para ser contada!

Em todo caso, quem leu este artigo é só porque leu no título "Gato Fedorento" porque senão ninguém pegava em ti Paulo Frias!

Anónimo disse...

Foda-se.

António Fagundes

Anónimo disse...

Não entendo, um cara desses perde 1 semana e um monte de tempo no SL pra escrever nada com nada.Concordo com vc, em suas opiniões e tal.

Parece que o ZDQ tem tempo o suficiente pra parar de ser noob no SL não? Pq pra escrever uma bobagem em 1 semana, é tempo o suficiente pra aprender a jogar o SL e mecher em todas as ferramentas do jogo.

Belo tópico, parabéns.Visite meu blog, grato.

Otto "Mochileiro" Menges.

Anónimo disse...

Chover no molhado
Ora continuado a saga, gostaria de escrever que o maior problema do secondlife enquanto plataforma é exactamente o “Nome” dele que faz lembrar algo duvidoso ou ilícito, quando e uma plataforma 3D simples de usar e versátil quando comparada com outras ferramentas 3D que ate hoje só estavam disponíveis a geeks.
Quanto ao artigo do fininho só vem demonstra ignorância pois para se fazer Humor sobre algo e preciso no mínimo se conhecer bem o objecto desse humor sobre pena de cair na onda geral e fina da bota abaixo.
Felizmente que temos gente muitos técnicos que são totós pois o pais não vive de totós que fazem rir os outros mas sim de totós que criam valor e exportam esses valores como e passe a publicidade para citar uma, caso da betatechnologies e outros bem-vindos esses Totós.

Winter disse...

Ena ena Paulo. Tanto comentário hem? Este post foi um sucesso (começa a por nas tags Gatos e vais ver as visitas a subir *winks)

Então vamos lá responder ao nosso amigo Zé:
1. Desde quando uma vida dupla tem fascínio? Ou será que a adrenalina de se viver "por debaixo dos panos" é assim tão entusiasmante para alguns? Só para esclarecer alguns incautos, possuir um personagem em Second Life (pois é de um personagem que se trata com mais ou menos de nós próprios) não é ter uma vida dupla. Afinal meus amigos... é um universo virtual certo? Vida dupla seria a daqueles senhores que têm duas famílias, uma em cada cidade, ou do aparentemente respeitável homem de negócios que há noite se veste de mulher porque gosta (nada contra, não batam! hehe)

2. Caríssimo José, para o caso de não ter reparado (acho que já disse isto mais que uma vez) o facto de ter um blog e utilizar o computador faz de sim também um tótó (usando as suas palavras). Fico feliz por sermos uma família tão grande! Esperem aí... isso quer dizer que os senhores administadores de empresas e o nosso governo também são tótós? Ai! Esperem esta afinal era profunda - só agora me apercebi da crítica política implicada hehehehe

3. Qualquer tótó cá fora continua tótó lá dentro... infelizmente há coisas que nunca mudam :P Quanto a ser tolice, aí até que sou capaz de concordar. Mas com tantas tolices que por aí andam, esta pelo menos não faz mal a ninguém. E será tanta tolice como vermos funcionários públicos a jogarem solitaire num posto de atendimento enquanto os utentes esperam para ser atendidos em longas filas... dão computadores a tótós e o país não anda para a frente! Sr. Ministro da Justiça, melhor tirar o E-Justice do SL senão passamos a ter advogados e juízes tótós e isso estragava a nossa imagem enquanto país!

4. O Second Life é chato sim! Chato para quem não tem apetência para este tipo de metaversos. Respeito a opinião enquanto tal. Mas com tanta coisa chata por aí who cares meu caro? Quem não gosta não entra :)

5. Esta teve humor meu caro. Ao nível dos Gatos Fedorentos! Que tal um sketch sobre canibalismo no "Dizem que é uma espécie..."? Espero que os "Hannibal" que por aí andem depois não os persigam ;)

Quanto aos caríssimos comentadores deste post (alguns), meus senhores não acham que estão a levar muito longe os comentários? Que gente mais séria para quem defende o humor! Opiniões são opiniões e devem ser expressas e respeitadas enquanto tal. Podem ser refutadas, mas partir para a ofensa é de uma falta de argumentos que me choca, principalmente sendo proveniente de pessoas tão inteligentes da nossa blogosfera ;)

Um beijo para todos
Ana Maria aka Winter Wardhani aka "Mais uma tótó em Second Life"
(gostei dos aka, são fixes hehehe)

Anónimo disse...

Boa noite
Em primeiro lugar, adorei o post. Ok, não é o template de comédia a que nos habituaram anos e anos de televisão, mas mesmo assim fez-me sorrir.
Em segundo, uno-me à legião de tótós (no meu caso pseudo-totó, uma vez que as minhas visitas ao SL se resumem a meia dúzia de encontros mensais) e defendo aqueles que, no dia a dia, são chamados de esquisofrénicos e mal-com-a-vida por gostarem deste novo mundo. Há quem trabalhe no SL, há quem trabalhe com o SL. Há quem estude "no" e "o" SL. Tem um potencial enorme ao nível do entretenimento, da educação, que só pode ser conhecido quando é experimentado (e experimentar não é tentar fazer fortuna num dia, ou falar com bonecos graficamente atraentes: experimentar é visitar a ilha da NASA, é visitar o Museu do Louvre, é interagir com avatars que representam outras culturas).
Há coisas que não fazem sentido, outra que vale a pena conhecer. Eu, pessoalmente, gosto.

Helena Borges disse...

entao ja nao ha liberdade de expressao??? Nao somos todos obrigados a gostar do SL principalmente pk cm todas as modas, uma pessoa cansa-se dakilo...

Os proprios Gato Fedorento tb ja foram uma moda e eu tambem ja me cansei deles...

Anónimo disse...

Comentário à coluna de humor, ao comentário e mais aos comentários.

Realmente acho que a coluna do Diogo Quintela é uma coluna de humor, na qual vejo isso mesmo: sentido de humor, na qual nada deve ser tomado como ofensivo, muito pelo contrário. Achei divertida. E sou uma entusiasta da SL. Ou pelo menos do potencial que representa a SL e os mundos virtuais.

Adoro a vida real que tenho e acho que há um universo no virtual por explorar - cujo limite é a imaginação humana aliada ao domínio das ferramentas tecnológicas e discursivas, e que pode ser comparada ao sonho e à poesia e à arte, todo o domínio onde podemos ser livres e criativos e acreditar que a utopia é possível. Mas também acredito que aquilo que pode ser «potencialmente» e aquilo que «é» nem sempre há correspondencia (pelo menos em termos do presente, porque acredito que podem ser em termos do futuro).

Acho que nenhuma realidade - realidade real ou realidade virtual - é isenta de aspectos positivos e aspectos negativos.

Não é preciso ir à SL ou sequer às cadeiras em frente aos ecrãs de computador para encontrar totós. Eles estão por aí. Em todo o lado.

A SL propõe, como estratégia de negócio (claro) e como visão de futuro, que cada um de nós pode contribuir, efectivamente, para construir o seu mundo. Portanto, inevitavelmente, ele é construído à nossa imagem: imperfeito. Deliciosamente imperfeito.

O limite e o instrumento desta invenção é a imaginação de cada um. E isso é tão maravilhoso como, muitas vezes, problemático.

O problema da SL (ou parte dela), que é o grande problema da RL (ou parte dela) é precisamente a falta de imaginação. Até para olhar para a SL e entender o seu potencial. O que acontece mais frequentemente é que acabamos por andar a reproduzir o real, a repetir o que conhecemos, o que tem de mau e o que tem de bom.

Não expandimos a possibilidade do real, e isso é que é interessante. Esticá-lo o máximo, até onde ele pode ir - que é esse o potencial da SL e cujo limite está longe de ser atingido.

O trabalho do Paulo Frias na SL, pelo que tenho conhecido, defende precisamente esse lado interessante. Não é uma segunda vida, pelo menos para muita gente. Representa antes a possibilidade de expandir a vida para um domínio mais amplo, em que a realidade e a ficção se podem misturar. Até porque negá-lo, é desde logo ter uma visão muito curta da realidade real, que em si mesma possui muita da dimensão do sonho, para onde todos nós (que somos sensíveis e vivemos a capacidade de nos emocionar, comover, sonhar) nos transportamos sem sequer precisar de recorrer à SL: basta um livro, basta um dia de sol, basta um beijo, basta um sorriso...

O que Paulo Frias ali está a fazer é, em vez de construir uma ilha da Universidade do Porto que seja igual a tantas outras, criou um concurso para os alunos proporem o que poderia ser uma ilha da Universidade do Porto tendo em conta o seu contexto específico: um mundo virtual. O limite da sua idealização é, aqui também, a imaginação (e a correspondente capacidade de concretização, claro).

É isto que os mundos virtuais, que têm ainda muito que desenvolver, devem ser. E não a mera transposição para a SL da RL. Estamos nesta fase, em grande parte, parece-me. Mas que ninguém venha com discursos definitivos sobre o assunto, nem pró nem contra.

O que estamos a avaliar é um começo. Um primeiro ensaio. Esboço. Distraiam-se e, sem darem por isso, são totós. Porque enredados numa série de preconceitos vivem realmente uma experiência do mundo muito reduzida. E faço este comentário fora da crónica. Que fique claro que acho que o exercício do humor muito saudável e entendo-o como um género em si mesmo, que me diverte, e que tem como é óbvio de recorrer ao exagero para ser eficaz. E, nesse sentido, não percebo o tom tão efusivo das reacções, seja para um lado seja para o outro. A mim divertiu-me.

Mas se serve para discutirmos o assunto, a pretexto dela, óptimo. A questão é que o mundo está a mudar. E esse mudo em mudança é já um mundo que integra, nas suas lógicas, outros mundos, entre eles o virtual. As tecnologias não são apenas ferramentas, deixem de ser cegos, são mundos em si mesmo. Se as palavras constroem lugares, as tecnologias são lugares que nós também temos de dominar e habitar. E construir.

Não sejamos simplistas a discutir a partir de argumentos fundados em preconceitos, há muito mais mundo na SL para além desse lugar-comum que se diz de um sopro que as pessoas que lá estão apenas procuram resolver frustrações, ou mentir. Essa é que é uma visão muito redutora do ser humano, do seu potencial, e do mundo em que vivemos. E isso nem é ser tolo. É simplesmente triste.

Claudia Galhós & Jonsy Lilliehook

Marta disse...

A Claudia Galhós sintetizou tudo na PERFEIÇÃO. E acrescentou. Agora tenho de ir ver a SL, estou curiosa.
Com o artigo do ZDQ, do Frias e com as respostas a este post aprendi que:
_ A máxima "acção gera reacção" também se aplica ao humor;
_ Insultar é fugir à questão e perder pontos (ok, isto já todos sabíamos, ou não?).
Vou continuar a ler o ZDQ e o blog do Frias, entre outras coisas.

Anónimo disse...

Perder horas em frente ao PC por causa do 'lagado' SL é, na minha opinião, permitir que a vida nos passe ao lado.

Acho muito mais interessante ler um livro, fazer desporto e conviver com os amigos.

O SL é, tal como a maioria dos jogos de computador, uma valente perda de tempo.

Prefiro o ar livre e, já agora, não vejo mal nenhum no âmago da crónica do JPQ.