15.9.07

As avataras não passam despercebidas!


A maioria das "avataras" de Second Life não passam despercebidas!
Provavelmente os "avatares" também não, mas no caso dos personagens femininos o fenómeno parece ser mais marcado.
Correndo o risco de ser algo redutor, dei-me ao trabalho (com a ajuda de imagens utilizadas por Wagner James Au que no seu blog New World Notes promoveu o Uncanny Valley Expo) de tentar organizar os estereótipos de personagens femininas com que, diariamente, nos cruzamos em Second Life.
É interessante constatar o esforço dispendido na criação de personagens com uma imagem e uma "personalidade" coerentes, e que, na maioria dos casos, representarão tudo aquilo que os seus "proprietários" (elas ou... eles) gostariam de ser na realidade, mas que não podem ou não querem ser.

Uma possível lista de "tipos de mulheres" em Second Life, segundo o seu aspecto ou comportamento:
> as provocadoras: As que provocam! Recorrem aos seus atributos físicos para brilhar, normalmente numa versão Pamela Anderson... Não fazem questão de exibir grandes atributos intelectuais, nem investem desmesuradamente em acessórios. Basta-lhes o que "Deus" lhes deu...
> as top-model: A maioria! Sempre muito fashion, acompanham religiosamente os mais recentes lançamentos nas lojas de moda in-world. As mais consumistas e sobrecarregadas de adereços, make-up, efeitos especiais de preferência com blings (brilhos) e roupa último grito.
> as ladies: Umas Senhoras! Apostam na formalidade, e são habitualmente associadas a empresárias, professoras universitárias, proprietárias, milionárias, ou outras quaisquer ocupações nas quais o mais importante é impôr a sua posição social e/ou o seu sucesso profissional/intelectual.
> as colegiais: Jovens e inocentes! Tentam convencer pelo seu ar pouco experiente, mas, normalmente, sabem muito mais do que o que aparentam saber. Muitas delas enquadram-se melhor, pelo seu aspecto, na teen grid (a "parte" de Second Life reservada a menores), mas sobrevivem à custa do seu aspecto inocente em busca de novas experiências e sabedoria.
> as góticas: Têm piercings, tattoos e correntes por todo o lado! Sobressaem pelos adereços e pelo negrume das vestimentas. Provavelmente as mais directamente associadas à moda da RL, replicando a cultura gótica contemporânea. Não enganam ninguém!
> as dominadoras e as submissas: As que dominam, ou que gostavam de dominar, e as que se sujeitam às primeiras! Associadas a uma cultura de RPG's goreanos (dos mundos de Gor), tentam afirmar-se pela sua atitude de superioridade ou inferioridade, tentando deixar claro quem manda e quem obedece!
> as newbies: As novatas! São provavelmente as mais genuínas, uma vez que se percebe a milhas que não conhecem bem as potencialidades do metaverse no que diz respeito à criação de avatares. Muito raramente mantém o seu aspecto pouco elaborado e descuidado por opção, pois acabam por optar por uma das outras categorias. Muitas delas ainda não descobriram como podem ganhar dinheiro para comprar roupas e adereços, ou ainda não se cruzaram com os items gratuitos...
> furries: Animais! Criaturas habitualmente assexuadas, que se apresentam como animais. Colocá-las nesta lista é algo forçado, uma vez que, maioria das vezes, não se sabe se são femininas ou masculinas...
> as outras: Passam despercebidas! Não consegui defini-las em nenhuma destas categorias, por isso são "as outras"! Também devem ser muitas, mas não reparei nelas...

Se tentarem visitar locais diferentes em Second Life e ligados à geografia da RL, vão facilmente perceber por onde andam estas mulheres: visitem as ilhas brasileiras de maior sucesso, viajem até aos pubs ingleses, passem pelas universidades americanas,... e depois digam qualquer coisita!

Nota: Se o seu avatar é uma "avatara" e não se revê em nenhum destes estereótipos, faça-me saber a sua opinião sobre o seu "eu" no metaverse, que gostava de poder melhorar a análise. Não vale responder que são uma mulher... normal :)

2 comentários:

Paideia disse...

Caro Paulo,
Tenho andado a investigar as possíveis aplicações do Second Life nas pessoas com necessidades educativas especiais, mais especificamente nas pessoas com dificuldades de interacção social. A investigação sugere que SL tem algumas potencialidades no espectro do autismo, quer em termos de treino da leitura da linguagem não-verbal, quer no desenvolvimento de formas de comunicação escrita (veja entrada no meu blogue).
Pode dar-me indicações sobre como começar a trabalhar nesta "dimensão"?

Anónimo disse...

Paulo,
Eu sou uma mulher, que não perco nenhum tempo no sl em ter uma aparência xpto. Apenas ando pelo sl e qdo ando numa tentativa de entender esta segunda vida que tanto se fala...