28.7.08

O dilema da Igreja em Second Life

Ao ler o post no blog ChristianityToday.com, apercebi-me do grande dilema da(s) Igreja(s) em Second Life!
Escreve Angie Ward:

"Existem cerca de 100 igrejas listadas em Second Life. Algumas delas são obviamente piadas (The Church of Apathy), mas dezenas de outras veiculam doutrinas, participação e funções legítimas de uma igreja. Mas porque haverá alguém de criar uma igreja num 'local' que não é real?

Talvez porque para muitos dos 'residentes' Second Life é 'real' - pelo menos para eles - mais 'real' do que as suas existências 'reais'. Alguns membros passam dias inteiros 'in-world'; fazem amizades, vão à escola, a festas, jogam, e por vezes ganham mais dinheiro nas suas empresas virtuais do que nas reais. Isso é tanto uma causa para grande alrme, como uma grande oportunidade para a evagelização.

O 'residente' Emmanuel Hallard acreditou nisso, e criou a Christian Church em Second Life há dois anos e meio. 'Senti que Jesus dizia "Vai para todo o Mundo, incluindo Second Life", explica Hallard, que na 'vida real' é Lee Wilson, um pastor que trabalha no Family Dynamics Institute, uma organização não lucrativa em Nashville.

Wilson/Hallard escolheu em SL o seu primeiro nome, Emmanuel, porque significa 'Deus está connosco'. "Quando entrei pela primeira vez em Second Life pretendi que esta mensagem me acompanhasse - que Deus está em toda a parte", afirmou. "Não nos podemos esconder Dele no escuro ou num mundo virtual." O pastor de Nashville passa 10 horas por semana em Second Life, comunicando com os 1.000 membros da sua igreja, gerindo a propriedade da igreja, organizando e moderando discussões sobre a Bíblia, falando com os visitantes da igreja, e explorando novas áreas desse mundo. A igreja possui também uma caixa de donativos e aceita ofertas que servem para pagar a renda da propriedade em Second Life (de cerca de USD$30 por mês).
(...)
'Second Life permite experimentar uma liberdade que não possuímos na vida real', explica Wilson/Hallard.
E a liberdade de ser e fazer o que se quer in-world é uma espada de dois gumes. Slappy Yering, outro cristão que passa bastante tempo em SL, observou o lado negro dessa liberdade.
(...)
'É uma espécie de divertimento,' afirmou Yering 'podemos ser quem queremos e fazer o que queremos - sem responsabilidade, porque é apenas um 'jogo'. Mas aí reside a parte mais perigosa...'.
(...)
O que é então Second Life? Uma colossal perda de tempo, um elaborado divertimento, ou um escape diabólico? Pela minha própria experiência, o 'mundo' de Second Life é difícil de aprender, e potencialmente viciante. O mundo virtual é completamente irreal, mas totalmente real ao mesmo tempo. Os perigos espreitam, mas as oportunidades abundam. Qual o posicionamento apropriado para um Cristão? Por um lado, as Escrituras avisam-nos para o tempo gasto em actividades fúteis; por outro lado, podemos espalhar a nossa Fé aos menos crentes, usando sejam quais forem os meios possíveis de utilizar."

O grande dilema torna-se claro para os cristãos que partilham as opiniões de Angie Ward: reconhecer as potenciais preversidades de um 'mundo demasiado liberal' e esquecê-lo, ou aproveitar a presença, ainda que 'virtual', de milhares de almas errantes e com problemas nas suas 'vidas reais' para espalhar a fé cristã?

Pelo que é dado perceber em Second Life, a tentação da opção da 'presença' é grande!
Ou, como referia Emmanuel Hallard sobre a mensagem de Jesus: "Vai para todo o Mundo, incluindo Second Life"!

2 comentários:

Raul P. disse...

Faz todo o sentido as Igrejas - e até todas as outras religiões - irem para o Second Life. Agora deveriam era encerra-se lá e acabarem na "vida real", uma vez que, para todos os efeitos, Deus é também ele "virtual", pois ainda não se provou a sua existência.

blah disse...

lol o-salgador da pátria. Eu pessoalmente nunca lá vi nada a sério no SL e acho que ainda bem. Mas será que a igreja tão conservadora está a chegar ao ponto de ter de captar a atenção no mundo virtual, parece que RL está já em game over. Nem imagino como será uma missa no SL, mas soa tudo muito entranho.