Um Plano Tecnológico assimétrico
O balanço do Plano Tecnológico do Governo de Sócrates foi hoje publicado no Público com uma brilhante infografia de José Alves.
Uma das grandes apostas eleitorais de Sócrates (recém-reforçada com a epopeia-Magalhães), tem resultados nem bons nem maus, antes pelo contrário.
Dizem os especialistas que não se deve parar, que o ritmo deve ser mantido.
Fiquei sem perceber se, a manter o tal ritmo, os resultados vão ser excelentes, ou se serão ainda mais do tipo nem bons nem maus!
Os números considerados mais positivos (de acordo com as metas):
- diplomados em Ciência e Tecnologia: meta de 12% em 2010, e em 2006 já ia em 12,6%!
- investigadores (por 1000 empregados): meta de 5,3% em 2010, e em 2007 já em 5,5%!
- artigos científicos (por milhão de habitantes): meta de 609 em 2010, em 2006 já ia em 667!
- marcas comunitárias registadas (por milhão de habitantes): meta de 50 em 2010, já ia em 119 em 2007!
Paralelamente, o números menos positivos dizem respeito às medidas socialmente mais 'estruturantes':
- recebem formação ao longo da vida (25-64 anos): meta de 12% em 2010, 4,4% em 2007!
- utilização regular da internet pelos indivíduos: meta de 60% em 2010, 38% em 2008!
- alunos por computador: meta de 5 em 2010, 9,5 em 2007!
Tendo sido as metas definidas para o ano de 2010, já não falta muito tempo para atingir os números da fórmula mágica do Plano que nos inferniza a cabeça há anos...
Numa leitura muito rápida do balanço, surge com mais clareza a ideia de que os avanços mais significativos foram sectoriais, muito específicos, e sempre associados à I&D. Por outras palavras, não serão esses números o reflexo das práticas universitárias nacionais (algumas delas de excelência), e não o espelho de uma sociedade civil mais letrada tecnologicamente?
Perigosas assimetrias...
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