Liga-me do metaverse...! Mas para quê?

A possibilidade de enviar SMS ou de efectuar chamadas telefónicas desde Second Life para telefones móveis 'reais' está cada vez mais na ordem do dia.

Depois da Vodafone ter disponibilizado um serviço de SMS há já algum tempo, a Vivox lançou o SLim, e agora a British Telecom aparece com AvaTalk, com serviços de SMS e VOIP.

No blog Digital Urban aparece o video, sob o título "Connecting the Real to the Virtual":




BT AvaTalk - Second Life - video powered by Metacafe

As verdadeiras razões para a criação e disponibilização deste serviço (em alguns casos gratuito), ainda estão por esclarecer.

Para Wagner James, "a aplicação mais interessante desta tecnologia é de cariz político: um canal de comunicação anónima a partir de países sujeitos a regimes repressivos. (...) Infelizmente", prossegue James,"esta hipótese está fora de questão, uma vez que a British Telecom afirma não ser possível usar AvaTalk para números em Cuba, Arábia Saudita ou Sudão, entre muitos outros países com muita gente com coisas importantes para dizer e autoridades que punem quem o tenta fazer."

Cá para mim, o essencial da questão continua a ser o 'modelo de negócio' que as empresas de comunicação tentam implementar: a ideia é 'vender' o serviço, a mais ou menos longo prazo, sem considerar os meios nem tudo o resto que pode estar em causa.

A insistententemente propalada ligação entre o 'real' e o 'virtual' parece que continua a vender.
Esse 'blur effect' aponta para a diluição entre o indivíduo 'real' e a sua representação no metaverse.
E essa será, provavelmente, a ideia mais discutível: a negação da fragmentação do 'eu' e a forçada orientação para uma correspondência 'coerente' entre os 'multiple selves'.
Essa sim, é uma orientação controladora e castradora da liberdade de expressão de cada uma das nossas identidades.

Se é verdade que, em ocasiões específicas, os serviços de SMS e VOIP em mundos virtuais pode ser útil e produtiva, também não é nenhuma mentira que aproximar o 'real' do 'virtual' continua a ser... uma grande seca!