6.1.08

'Headhunters' virtuais?

O El País fez um pequeno balanço do papel das novas tecnologias no mundo das empresas, e, em particular, da selecção de pessoal, durante o ano de 2007:

"No terreno das novas tecnologias, 2007 foi o ano da grande eclosão da Web 2.0 e das redes sociais e interactivas que se criam através da Internet. Como não podia ser de outro modo, a selecção de pessoal começou a adaptar-se aos novos tempos, imaginando iniciativas inovadoras. No YouTube, o portal de vídeos de Internet, começamos a ver como os aspirantes a um posto de trabalho publicavam os seus videocurrículos, nos quais mostram as suas habilidades em imagens e palavras. Com este método, ao responsável pela selecção de pessoal de uma empresa já não chega um dossier seboso, mas um link para YouTube via e-mail. Ao entrar, pode ver e ouvir o candidato e fazer uma primeira escolha entre candidatos, com muito menores custos de tempo e dinheiro que um processo tradicional cara a cara acarreta. A iniciativa começou a vingar. A Universidad Jaume I de Castellón decidiu abrir um canal de videocurrículos no seu site na web, no qual os seus licenciados podem mostrar-se tal como são às empresas que procuram empregados.

Outro dos territórios que começou a abrir-se à selecção de pessoal foi o dos Mundos Virtuais Persistentes, de que Second Life é o expoente mais conhecido. Algumas empresas detectaram que aí residia uma tendência de futuro e começaram a criar avatares de responsáveis de recursos humanos, dos quais se servem para recrutar profissionais para a vida real.

Firmas de serviços de emprego, como a multinacional Randstad, uniram-se ao movimento e começaram a contratar pessoal através de provas em Second Life, onde também em Junho teve lugar a primeira feira virtual de emprego, com a participação de cinco empresas..."

O panorama descrito pelo El País, prefigura um futuro cheio de 'caçadores de talentos', 'headhunters' na gíria,... no metaverse!
Só que os headhunters do futuro 'caçam talentos' de avatares!
Se pensarmos na construção das identidades nos mundos virtuais, e no facto de, frequentemente, os avatares não serem réplicas dos seus criadores na RL, prevemos um árduo trabalho aos 'caçadores de talentos' virtuais...
Os paradigmas de comunicação com os potenciais candidatos terão certamente de ser reinventados, os parâmetros em análise deverão ser outros, a descodificação das mensagens afigura-se imprescindível.
A mimetização dos processos de candidatura da RL para SL poderá vir a constituir um dos mais graves erros na selecção de pessoal num território aparentemente repleto de facilidades.
Tal como na área do marketing, imaginar a selecção de pessoal e a descoberta de talentos em ambientes sintéticos à imagem e semelhança da realidade... pode sair muito caro!

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