Governo americano aposta na Investigação em Mundos Virtuais para 'obter vantagens sobre adversários'!
Como noticia a Yahoo, o Governo americano lançou há dois anos o programa 'Intelligence Advanced Research Project Activity' (IARPA) com o propósito de se precaver contra futuros problemas de terrorismo.
A directora do IARPA, Lisa Porter, afirma que "a comunidade de informação militar necessita de correr altos riscos e de fazer investigação de ponta que pode não funcionar, mas que (se funcionar) nos fornece uma vantagem informacional significativa face aos nossos futuros adversários. (...) Necessitamos, fundamentalmente, de alterar a nossa forma de fazer negócio."
Dennis Blair, director da National Intelligence, afirma que o IARPA tem a função "de gerar capacidades revolucionárias que surpreenderão os nossos adversários e que nos ajudarão a não ser surpreendidos".
Fundado há dois anos, o IARPA contratou cerca de 75 laboratórios de investigação de diversas universidades e 50 empresas de tecnologia, grandes e pequenas, para trabalhar soluções inovadoras para as necessidades futuras da informação militar.
Um dos programas do IARPA, 'Reynard', celebrou contratos com cinco equipas de investigação de grandes universidades, para desenvolver sistemas de observação de avatares que 'residem' em mundos virtuais como Second Life e World of Warcraft.
A ideia é estudar a forma como esses avatares se comportam e comunicam uns com os outros, de maneira a obter informações sobre como pensam e agem as pessoas 'reais' em culturas hostis.
Os colaboradores do IARPA pensam que, analizando os comportamentos dos avatares nos mundos virtuais, podem obter informação útil sobre as nacionalidades, o género, as idades aproximadas, as ocupações, os níveis de literacia e até as ideologias dos seus criadores no mundo real.
Para V.S.Subrahmanian, director do Institute for Advanced Computer Studies na Universidade de Maryland, associado ao IARPA, "um dos objectivos deste programa é entender como os grupos terroristas usam estes mundos virtuais para comunicar. (...) Para identificar a forma de comunicação dos terroristas em mundos virtuais, é necessário conseguir identificar primeiro quais as conversas que são de facto legítimas e normais e quais as que são suspeitas. Esta é uma tarefa muito difícil".
Remata a directora do IARPA, Lisa Porter: "Se não fosse difícil, não o estaríamos a fazer. O fracasso é natural, e podemos aprender com ele."
Para já, não se conhece ainda nenhuma informação ou reacção pública dos jovens islâmicos, das culturas hostis ou de outras ideologias sobre a investigação de ponta que o governo americano implementou nos mundos virtuais...