Second Life está a acabar? Perguntem aos jornalistas!
Mitch Wagner, do The Information Week, escreveu um breve e acutilante artigo que tenta demonstrar como o papel dos jornalistas tem sido decisivo na ascensão e queda de Second Life.
A esse propósito, Mitch Wagner (Mitch Wagner em Second Life) lembra a desmesurada e pouco informada cobertura do 'fenómeno Second Life' no período de 2006-2007, quando se acreditava publicamente estar perante uma nova Internet, e quando falar de Second Life era matéria segura para garantir audiência.
Nesse período de crescimento exponencial de utilizadores do metaverse da Linden Lab, muito se escreveu em todo o Mundo, tendo os jornalistas assumido publicamente o 'enchimento' de uma 'bolha' que um dia rebentaria.
Com base no discurso de Mark Kingdon, CEO da Linden Lab, à Metanomics e na análise de crescimento de SL apresentada pela GigaOM, Mitch Wagner tenta demonstrar como Second Life ainda está vivo! Lá 'moram', entre outros, a Dell, a IBM, a Cisco, a Nokia, ..., atestando uma vitalidade que não encontra eco no presente discurso mediático!
Pelo contrário, as raras notícias publicadas sobre o 'ex-fenómeno' dão conta precisamente do contrário: da sua morte anunciada!
Provavelmente as redacções andam hoje às voltas com o 'fenómeno Twitter' (o alegado interesse da Apple também tem ajudado) até que termine o hype e o 'pássaro' caia no esquecimento...
Confesso que tenho dúvidas que o serviço de quem informa seja útil para o cidadão quando ele é construído sobre 'pés de barro'...
Mas, just in case, se me perguntam se Second Life vai acabar... apetece-me responder: perguntem aos (imensos) jornalistas que escreveram sobre isso!
4 comentários:
Concordo em gênero, número... mas não em grau. Sim, é fato: a grande mídia (assim como a média, pequena, micro e nanomídia pautada pela ditabranda) reperctue hoje em dia mais o hype produzido pelas assessorias de imprensa do que o "mundo real". Um velho jornalista amigo meu diz que não existe mais jornalista (nem jornalistas), apenas gente escrevendo e gente publicando press releases.
Mas... nem tanto ao céu, nem tanto à terra. O Second Life, como o navegador Netscape ou o PacMan, é mais um produto numa história incrível de um novo mundo econômico cujos ciclos de produtos, serviços e inovações possuem dinamismos acelerados e nem sempre originais - caso das bolhas, modas, hypes e marketagens geniais (arg!). Como Curador do Centro Cultural Bradesco no Second Life, tive a oportunidade de atuar no Second Life "REAL" (por mais paradoxal que seja essa expressão) e juro de pés juntos que o metaverso é parte importante da internet 3 - e como brasileiro tem por profissão a esperança, também acredito que um dia os jornalistas (e os press releases) acordarão para essa nova onda também. Por enquanto, o tchã é a "social media", com destaque para os twiteratti.
O Second Life, a meu ver é a expressão intermediária de uma máxima que vem sendo perseguida: aproximar o mundo virtual do real!
Mas convenhamos!Uma semente pode cair em vários tipos de solo: pedregoso, raso ou fértil.
Depender somente da mídia é algo complicado, por mais que estejamos em um paradigma tecnológico do qual a mídia se peropria muito bem!
INFRA ESTRUTURA, creio, seja um dos itens que tenha limitado a bolha! É necessário ter máquina para atuar no Second Life. Ouvi de pessoas ligadas ao setor tecno que a linha do horizonte do SL, no Brasil, em muitos dos casos não era percebido. Mundo virtual que não reproduz seu meio adequadamente, derrete!
Pensar apenas em termos monetizadores pode ser outro risco. Será que nossa 2ª, 3ª e tantas vidas que teremos estarão sob o reino do dinheiro!? cadê o Ser, seus Sentimentos, os Valores, o Respeito, aposta no próximo?
Hoje, creio, impera o desejo de estar nos locais para tirar proveito dos outros e isso é, no mínimo, cancerígeno!
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Como é óbvio em Portugal não há ninguém mais habilitado para responder a essa pergunta do que o próprio Paulo Frias. Não conheço ninguém que se dedique de forma mais sério ao SL e a outras questões relacionadas.
Quando vivi intensamente o Second Life, durante cerca de um mês, para fazer uma reportagem para o JL, pareceu-me um mundo fascinante e com imenso potencial. Contudo, quando deixei de estar «em reportagem» senti-me um desempregado a vaguear por inércia.
Mas a minha pergunta é: e se o SL acabar o que acontece?
Mais um comentário/esclarecimento:
- O tom algo provocatório do título deste post pretendia apenas chamar a atenção para o artigo de Mitch Wagner, e criticar a ligeireza (para ser simpático) com que, por vezes, os jornalistas trabalham determinados temas.
- O 'tema' Second Life tem sido disso um bom exemplo, e, na agenda jornalística, SL rapidamente nasceu, cresceu, viveu e morreu!
- Fora dessa agenda, paradoxalmente, Second Life continua vivo e activo, mas se acabar amanhã... paz à sua alma! É um grande projecto (que tem sofrido sucessivos ataques de puritanismo) e assim vai continuar ou será um dia lembrado.
Para acabar: as minhas opiniões expressas neste blog, para quem quiser ler, são muitas vezes críticas em relação a Second Life.
Nunca tive uma visão idílica deste 'ambiente' ('nasci' apenas em 2006, não sou um dos veteranos de 2003 que sabem bem mais que eu), e tento não ter essa visão ortodoxa em relação a nenhuma outra manifestação cultural.
É que... perdia a piada toda ;)
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