30.7.09

"Twitter makes the noise, Second Life makes the money."


Este é um post que considera justificável a tradução (parcial) do excelente artigo de Victor Keegan no The Guardian, com o título "Virtual worlds are getting a second life"!

"Ultimamente não temos ouvido falar muito dos chamados mundos virtuais como Second Life, onde podemos dar umas voltas com o nosso próprio avatar. Os críticos devem estar na expectativa que tenham desaparecido no seu próprio éter. Na verdade estão a crescer. A empresa de consultoria KZero apresentou o relatório relativo ao segundo trimestre de 2009 e revela que os mundos virtuais cresceram cerca de 39%, para um número total de utilizadores perto dos 579 milhões. Nem todos estes utilizadores estão activos mas não consigo pensar em nada, nem em nenhum lugar, que tenha crescido tanto nestes tempos de recessão.

Há outra curiosidade: Facebook e Twitter estão no céu, mas nenhum deles encontrou ainda uma forma de fazer dinheiro - enquanto que mundos virtuais como World of Warcraft, Entropia Universe, Habbo Hotel, Club Penguin e Second Life são rentáveis porque os seus modelos de negócio têm como base no elixir digital das subscrições e dos micro-pagamentos, uma fórmula que outros websites, incluíndo os jornais, morreriam por ter. Twitter faz barulho, Second Life faz dinheiro.

Se acha que os mundos virtuais estão a diminuir, repare nos números. A quase totalidade do crescimento de 39% vem das crianças. As raparigas estavam habituadas a crescer com as suas bonecas; agora crescem com os seus avatares. Esta realidade não se consegue ler nos relatórios porque estes utilizadores não lêem jornais, mas, segundo a KZero, poptropica.com - destinado a crianças dos 5 aos 10 anos - tem cerca de 76 milhões de utilizadores registados.
(...)
Parece claro que os mais jovens quando crescerem procurarão formas mais sofisticadas de se ligarem às redes sociais existentes como Facebook ou Myspace, utilizando mundos virtuais mais imersivos.

O telefone foi uma experiência de um para um; o email ligou amigos e colegas; Facebook ampliou esta ligação aos amigos dos amigos, mas os mundos virtuais - tal como Twitter faz noutro contexto - oferecem a oportunidade de ligação a qualquer pessoa no planeta que partilhe os mesmos interesses.
(...)
Apenas uma pequena parte dos 19 milhões de utilizadores registados (em Second Life) está activa, mas este mundo virtual é ainda o laboratório criativo deste tipo de mundos. As instituições acham-no útil para reuniões internacionais ou para recrutar pessoal, e os educadores levam a cabo inúmeras e interessantes experiências, incluindo o ensino de outras línguas.
(...)
Com os rápidos avanços tecnológicos e uma nova geração a crescer para quem ter um avatar é uma coisa natural, aos mundos virtuais não lhes resta outra solução que não seja o crescimento.

Provavelmente não se chamarão mundos virtuais - apenas uma parte da vida real."

fonte: The Guardian

1 comentário:

Anónimo disse...

É curioso Paulo como o crescimento vem essencialmente das crianças mas seguramente não é daí que vem o revenue... e até considero aceitável esse crescimento nesse segmento, o problema é que só esse segmento é que provavelmente irá continuar a crescer... no SL.

O FB e o TW têm bases gigantescas de utilizadores, representando por isso uma grande responsabilidade mas em simultâneo uma oportunidade imensa, têm por isso que pensar no modelo de financiamento e na forma como terão que se reinventar para poderem ser rentáveis.

Victor