26.10.09

Exposição em Second Life: em busca da identidade no ciberespaço!

A 'National Portrait Gallery' em Camberra, Austrália, através do seu curador Gillian Raymond, tem vindo a organizar desde 2007 uma série de exposições em Second Life, explorando as possibilidades de expôr arte online.
O mais recente projecto chama-se 'Droppelganger' e explora os conceitos de construção do 'eu', das novas identidades, da verdade e da ilusão no meio digital. Para Gillian, as exposições online não pretendem necessariamente atrair mais público, mas permitir às audiências existentes enfrentarem novos desafios e formas inovadoras.

A propósito de 'Droppelganger', aqui fica um excerto da entrevista de Gillian Raymond à CAN - Collections Online Network:

"Existe um movimento para desenvolver mais exposições virtuais a ter conteúdos que atraiam audiência para o vosso site?

Estamos a desenvolver actualmente alguns projectos realmente interessantes. O que existe no espaço físico nem sempre funciona com as oportunidades que os ambientes online nos proporcionam.
O ambiente online não é um substituto da experiência 'face-to-face' com uma obra de arte, na minha opinião.
(...)
Na verdade, penso que não existe um substituto 'real' para experimentar este novo tipo de obras de arte. (...) É preciso dar um novo significado às coisas, e levar as pessoas em direcções diversas. Tentar coisas que elas não podem experienciar no espaço físico.
Esta é a filosofia que está por trás de Second Life e da nossa exposição nesse ambiente, uma vez que não queríamos reproduzir a 'National Portrait Gallery' no Second Life.
(...)
Queríamos ir buscar o que Second Life pode dar. Refiro-me à possibilidade de voar, para começar; só isso já apresenta uma série de oportunidades. Portanto, pretendíamos encontrar o conceito. E não podemos, em Second Life, esperar que os visitantes se sentem e leiam resmas de catálogos ou textos nas paredes, tal como no espaço físico.
São apenas pequenos exemplos das oportunidades que podem ser apresentadas se as pessoas pensarem mais sobre o meio em que estão a operar.

Deve estar a construir uma audiência muito diferente em Second Life, comparada com a do espaço físico...

Acho que não são necessariamente audiências diferentes. Talvez sejam pessoas que nunca teriam a oportunidade de visitar Camberra e ver a 'National Portrait Gallery'. Existem comunidades em Second Life que são grupos fascinantes que pensam, de formas muito interessantes, sobre as coisas que os preocupam - as indentidades ou a arte digital, por exemplo."

Na 'Portrait Island' em Second Life, estão disponíveis, até Março de 2010, obras de Gazira Babeli (iGods, 2009), de Adam Ramona / Christo Kayo / Jack Shoreland (Autoscopia, 2009), de Nonnatus Korhonen (temporary self portrait in preparation for the singularity, 2009), de Man Michinaga (Code Portraits) e de China Tracy (iMirror, 2007).

O projecto artístico Autoscopia, por exemplo, permite ao visitante da exposição escrever o seu nome 'real', e ver representada no espaço uma nuvem de prismas que indicam quais as suas ligações na Web, e que constroem a sua identidade digital. É comunicado ao avatar do visitante o site onde pode ver um retrato construído a partir de toda essa amálgama de informação pesquisada automaticamente no ciberespaço (redes sociais, blogs, microblogging, serviços de armazenamento de fotografias ou vídeo, trabalhos científicos online, etc...)!

Deixo-vos com um pequeno vídeo produzido muito 'caseiramente' e que ilustra um pequeno passeio pela 'Portrait Island':


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